Grécia deprime bolsas, Lisboa vai por arrasto

A bolsa de Lisboa viveu uma sessão volátil mas não conseguiu resistir ao pessimismo europeu em torno da Grécia. Mesmo assim, foi a praça que menos perdeu ao recuar uns ligeiros 0,07 por cento.

Lisboa ficou pressionada pelo sector financeiro. BCP, o banco mais exposto à dívida helénica, liderou as quedas ao afundar 4,598% para os 0,166 euros por acção. BES e BPI seguiram a tendência e perderam 2,67% e 2,54%, respetivamente. Banif desvalorizou 1,46%, para os 0,337 euros.

Também os pesos pesados das telecoms e energia pressionam: PT perdeu 1,03%, EDP deslizou 0,36%.

Já no verde, destaque para a REN, subiu 0,43%, no dia em que o Estado português assinou o contrato promessa compra e venda com os chineses e os árabes.

A Jerónimo Martins avançou 1,32% e travou maiores quedas do PSI20, enquanto a Galp foi a estrela da sessão ao disparar 2,18% e liderou a tabela dos ganhos. A petrolífera de Ferreira de Oliveira beneficiou da proposta da Shell para comprar a empresa presente na exploração de gás natural em Moçambique, a Cove Energy.

Isto enquanto na Europa o sinal foi claramente negativo, com os investidores preocupados com a capacidade da Grécia de cumprir as medidas de austeridades impostas no segundo programa de ajuda internacional e, também, pressionados pela revisão em alta do défice grego e do corte de rating pela Fitch, para um nível muito próximo do incumprimento.

Preocupações a que se juntam os maus dados da indústria europeia, divulgados esta manhã, e que deixam adivinhar uma conjuntura recessiva mais profunda do que a esperada pelos analistas.

Atenas liderou as perdas ao afundar 7,25%. Segue-se Madrid, que recuou 1,26%, no dia em que o El País noticia que o governo de Mariano Rajoy vai pedir a Bruxelas que alivie as metas do défice para este ano.

Também em Wall Street, o dia é negativo, ensombrado com as preocupações no Velho Continente. Nasdaq recua 0,50%, Dow Jones perde 0,20%, S&P500 desliza 0,38%.