Juros da dívida voltam a renovar mínimos históricos - TVI

Juros da dívida voltam a renovar mínimos históricos

Mercado acionista (Reuters)

Yields portuguesas estão alinhadas com a Irlanda, Itália e Espanha, ainda a beneficiarem do programa de estímulos do BCE

Os juros da dívida portuguesa estavam hoje a cair em todos os prazos para mínimos de sempre, alinhados com os da Irlanda, Itália e Espanha, depois de o Banco Central Europeu ter arrancado com o programa de estímulos.

De acordo com a Lusa, os juros da dívida portuguesa a dez anos estavam a cair para 1,571%, um mínimo de sempre, contra 1,617% na quarta-feira.

No mesmo sentido, os juros a dois anos estavam a recuar para 0,096%, um mínimo histórico, contra 0,107% na quarta-feira.

Em relação aos juros a cinco anos, estes também estavam a cair para 0,812%, um mínimo de sempre, contra 0,824% na quarta-feira.

Na segunda-feira, o Banco Central Europeu (BCE) arrancou com um programa sem precedentes de compra de dívidas soberanas e privadas, que vai permitir injetar centenas de milhares de milhões de euros na economia da zona euro na esperança de a redinamizar.

Este plano de apoio à união monetária cifrar-se-á em 60 mil milhões de euros por mês, até, pelo menos, setembro de 2016.

O objetivo desta operação denominada Quantitative Easing (QE) é criar um círculo virtuoso para a economia: sob o efeito de uma forte procura, as taxas de juro das obrigações deverão descer, empurrando os bancos a aplicar o dinheiro noutros sítios, designadamente a emprestar às empresas e aos consumidores.

Para os mercados, o QE marca uma mudança histórica da política monetária do BCE.

Os bancos centrais nacionais - Bundesbank, Banco de Portugal e outros - serão os principais executantes do QE, já que está previsto que façam 92% das compras.

Os efeitos do programa fazem-se sentir por antecipação há várias semanas nas taxas de juro das dívidas soberanas.

Estas taxas de juro, que evoluem em sentido inverso ao da procura, têm renovado mínimos diariamente, e algumas tornaram-se mesmo negativas nos prazos mais curtos, ou seja, os investidores estão prontos a pagar para deter estes títulos considerados muito seguros.

A 17 de maio de 2014, Portugal abandonou oficialmente o resgate sem qualquer programa cautelar.

O programa de ajustamento solicitado por Portugal à troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), no valor de 78 mil milhões de euros, esteve em vigor durante cerca de três anos.

Os juros da dívida soberana da Irlanda estavam a descer a cinco e dez anos, bem como os de Itália e Espanha em todos os prazos.

Em relação aos juros da Grécia, estes também estavam a descer, mas para valores em torno dos 14,7% e de 10,6%, respetivamente.
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