Nome de código: FB. A entrada do Facebook na bolsa - TVI

Nome de código: FB. A entrada do Facebook na bolsa

Fortuna do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg cresceu 238%

Rede social ficará a valer mais do que a Ford e a HP. Primeiros funcionários compensados com ações

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O Facebook nunca mais vai ser o mesmo. A entrada da maior rede social do mundo na bolsa de Nova Iorque está marcada para esta sexta-feira. As mais de 337 milhões de ações que serão colocadas à venda passarão, assim, a ser cotadas no índice tecnológico Nasdaq, sob o símbolo «FB».

A Oferta Pública de Venda (OPV) prevê que o preço de cada ação se situe entre os 34 e os 38 dólares (cerca de 28,8 a 30 euros), o que significa que, ao preço máximo, esta operação vai render 12,8 mil milhões de dólares (cerca de 10 mil milhões de euros).

No melhor cenário possível, a empresa com sede em Menlo Park, Califórnia, vai valorizar de 93 até 104 mil milhões dólares (entre 72 até 82 mil milhões de euros), ficando a valer mais no mercado do que empresas como a Ford, a Hewlett-Packard, a Yahoo e a Disney.

Desde que o anúncio da venda de ações foi feito, a 3 de maio, os investidores não falam de outra coisa. É que esta deverá ser a maior OPV de uma empresa da Internet, a quarta de todas as efetuadas nos Estados Unidos.

A excitação é tanta que a proposta subiu na terça-feira (o preço de cada ação estava entre os 28 e os 35 dólares) e, segundo a Associated Press, poderá voltar a aumentar ainda esta quinta-feira.

No entanto, uma sondagem AP-CNBC demonstra que 58 por cento dos norte-americanos que investem na bolsa consideram que a rede social está a ser sobrevalorizada. Apenas um terço acredita que cerca de 100 mil milhões de dólares é o valor apropriado do Facebook.

Das mais de 337 milhões de ações à venda, apenas 180 são da própria empresa. As outras 157 milhões pertencem aos acionistas, nos quais se incluem os primeiros investidores e o CEO Mark Zuckerberg.

Grande parte do dinheiro arrecadado será destinado aos primeiros funcionários e colaboradores do Facebook, que serão compensados com ações. «Quando se dá tanto dinheiro a um grupo de pessoas numa empresa, começam a ver-se comportamentos estranhos. O Facebook vai mudar, e não necessariamente para melhor», avisa o analista independente Rob Enderle.

Para a rede social, segundo contas da AFP, fixando o preço da ação nos 36 dólares, irão 6,4 mil milhões de dólares (cerca de 5 milhões de euros) em lucros líquidos, descontando o dinheiro necessário para cobrir taxas e comissões.

A especulação à volta desta OPV é muita. Há analistas que preveem que o preço de cada ação do Facebook suba rapidamente até aos 44 dólares (cerca de 34,6 euros) e que a, longo prazo, o valor seja muito mais alto, contando com a ajuda dos 900 milhões de utilizadores da rede social.

No entanto, outros especialistas aconselham os investidores a esperarem. «Achamos que as ações estão sobrevalorizadas, pelo que não recomendamos a sua compra neste momento», explica Jim Krapfel, analista do Morningstar.

Ainda por cima, a receita do Facebook diminuiu seis por cento no primeiro trimestre de 2012, comparando com o último trimestre de 2011. Nada de grave, é certo, porque falamos de 1,06 mil milhões de dólares (mais de 833 milhões de euros), o que até é um aumento em relação ao mesmo período do ano passado.

O problema é que 85 por cento dessa receita vem da publicidade e, já esta terça-feira, o «Wall Street Journal» noticiou que a General Motors está a planear retirar os seus anúncios da rede social, considerando que têm pouco impacto nos consumidores. A confirmar-se a intenção, Mark Zuckerberg poderá ter mais trabalho a convencer os investidores.

A partir de sexta-feira, o Facebook, que tem estado debaixo de críticas devido às suas políticas de privacidade, será sujeito a uma maior supervisão e regulação.

Para os utilizadores, os analistas admitem que não interessa em que mãos estão as ações da empresa, mas sim se existirão mudanças no serviço. «O que eles esperam é que o Facebook continue a inovar, tornando-se mais interessante e relevante», afirmou Tim Bajarin, da Creative Strategies.
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