OPEP quer limitar produção para manter petróleo acima dos 100 dólares

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reúne-se esta sexta-feira em Viena com a intenção de manter limitada a sua produção de crude até ao fim do ano para manter um preço acima dos 100 dólares por barril.

Os mercados internacionais esperam que os ministros da OPEP decidam prolongar a vigência do teto da sua produção de 30 milhões de barris diários (mbd), adotado em dezembro de 2011.

Segundo dados publicados no último relatório da organização, o grupo de doze países produziu uma média de 30,4 mbd em abril, ou seja mais 400.000 barris diários acima do teto fixado.

O ministro venezuelano do Petróleo, Rafael Ramírez, pediu na quinta-feira aos países que estão a produzir acima da sua quota que refreiem a produção, numa alusão aos seus parceiros do Golfo (Arabia Saudita, Emiratos Árabes Unidos, Kuwait e Qatar), que nos últimos meses aumentaram os seus 'stocks'.

De entre outras razões para este aumento de produção do Golfo está a situação do Irão, em que estes países estão a substituir os barris que o Irão deixou de produzir devido às sanções internacionais impostas pelo seu controverso programa nuclear.

«Acredito que estamos todos de acordo em manter o teto máximo de 30 milhões de barris diários, mas há países que estão em sobre produção», disse Rafael Ramírez, citado pela Lusa, acrescentando que tais países «devem ajustar-se» para poder cumprir a quota total de de 30 mbd.

Por outro lado, assegurou que «existe consenso» no objetivo de defender um preço mínimo para o preço do crude em volta dos 100 dólares por barril.

«Este é o melhor momento do mercado, já que a produção [de petróleo] é abundante, a procura é grande e as reservas comerciais estão em equilíbrio», declarou na quinta-feira o ministro do Petróleo saudita, Ali I. Naimi.

Em 2012, o preço do barril de crude usado como referência pela OPEP atingiu em média os 109,45 dólares, dois dólares mais do que no ano anterior.

Este ano, até abril, a média retrocedeu para os 106,03 dólares, depois de em abril o preço diário ter caído abaixo da barreira psicológica dos 100 dólares. Já esta semana, o preço ultrapassou os 101 dólares.