Portugal vai lutar por alongamento das maturidades dos empréstimos

O primeiro-ministro afirmou esta sexta-feira que se baterá no quadro europeu por um alongamento das maturidades dos seus empréstimos e pela possibilidade de diferir o pagamento de juros, salientando que isso não significa perdão de juros.

Pedro Passos Coelho falava no debate quinzenal, na Assembleia da República, depois de o secretário-geral do PS o ter questionado, em concreto, quais as condições que Portugal beneficiará no seu programa de ajustamento face ao novo acordo alcançado em relação à Grécia e o que quis dizer que ao país o novo programa grego se aplicava parcialmente.

De acordo com o primeiro-ministro, há três matérias que constam do plano de apoio à Grécia e que se inserem no mecanismo de estabilidade financeira da União Europeia e que representam cerca de um terço do total.

«O Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) teve a possibilidade de ter um alongamento de maturidades dos empréstimos, de diferir o pagamento de juros (o que não quer dizer perdão de juros) e há o correspondente no caso português a menos de 20 milhões de euros de comissões administrativas desses empréstimos. As duas primeiras matérias têm mais importância do que a terceira, porque nos interessa que no nosso regresso a mercado não tenhamos um volume de dívida para refinanciar», apontou Passos.

De acordo com o primeiro-ministro, estas evoluções poderão estar «ao abrigo do princípio de igualdade de tratamento e Portugal não deixará de lutar por isso».

«Continuarei a andar pouco de megafone na mão a fazer reclamações, mas com o objetivos de atingir os resultados que são importantes nas negociações externas», disse, recebendo palmas das bancadas do PSD e do CDS.