Ryanair anuncia 26 novas rotas em Portugal já no próximo inverno - TVI

Ryanair anuncia 26 novas rotas em Portugal já no próximo inverno

Numa mensagem direta ao Governo português, Michael O'Lear, presidente da Ryanair, perguntou porque é que o aeroporto do Montijo ainda não está concluído e porque é que o Executivo continua a permitir que a TAP bloqueie vagas no aeroporto de Lisboa que nunca vão ser usadas

Michael Kevin O'Leary, presidente da Ryanair, anunciou esta terça-feira que Portugal vai ter, já este inverno, 26 novas rotas desde Lisboa, Porto e Faro. Um investimento que vai resultar também na criação de 300 novos postos de trabalho, entre pilotos, tripulação de cabine e engenheiros.

Para além disso, o aeroporto Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, vai contar com três novos aviões, num investimento de 256 milhões de euros. Estas aeronaves vão ter mais 4% de lugares, mais espaço para as pernas, e, por outro lado, uma redução de 6% ao nível do consumo de combustível.

Nós vamos pôr mais aviões em Lisboa, vamos criar mais postos de trabalho em Lisboa, vamos fomentar o crescimento e ajudar Portugal a recuperar da crise da pandemia de covid-19 ainda mais rápido", disse Michael O'Leary na conferência de imprensa. 

Significa isto que a frota passará a ser de 600 aviões. O objetivo é continuar a investir e a crescer em Portugal. A Ryanair atua em cinco aeroportos - Porto, Lisboa, Faro, Ponta Delgada e Terceira - e conta com uma lista de 124 destinos de inverno.

As críticas de O'Leary ao Governo e à TAP

Numa mensagem direta ao Governo português, o presidente da Ryanair questionou: "Porque é que o aeroporto do Montijo ainda não está a funcionar? Porque é que continuam a atrasar o aeroporto do Montijo?"

Referiu ainda que o Executivo continua a permitir que a TAP ocupe vagas horárias no aeroporto de Lisboa que nunca vão ser usadas, quando estas poderiam ser dadas a outras companhias aéreas, como a Ryanair ou a EasyJet.

Nós podemos fazer mais, mas para isso precisamos destas slots que nunca vão ser usadas pela TAP (...) A TAP oferece seis slots por dia, mas apenas à tarde. Isto não chega. Nós precisamos de slots de manhã e à noite para sermos verdadeiramente competitivos aqui em Lisboa", explicou.

 

A TAP impede outras companhias aéreas de investir em Lisboa, bloqueando artificialmente slots no aeroporto da Portela que poderiam ser usados por outras companhias áreas para trazer mais rotas, mais tráfego”, acrescentou.

Michael O'Leary disse que o é preciso "educar" o Governo que, aparentemente, "não percebe que é isto que a TAP está a fazer". 

Nós andámos pela cidade na última noite e grande parte dos hotéis tinham a maioria das luzes [dos quartos] apagadas. Porquê? Porque a TAP está a bloquear slots em Portela que não pode usar, mas também não deixa mais ninguém usá-las. Portanto, eu acho que nós precisamos de educar o Governo português."

Em meados deste mês, a Ryanair apresentou uma nova queixa no Tribunal de Justiça da União Europeia devido aos 462 milhões de euros postos pelo Governo na TAP, autorizados pela Comissão Europeia.

Esta é a segunda frente de batalha jurídica aberta pela Ryanair à TAP, depois de a empresa ter apresentado uma queixa no ano passado relativa ao empréstimo de 1.200 milhões aprovado por Bruxelas, e que deu início ao plano de reestruturação na companhia portuguesa.

Em maio, o Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) anulou a decisão da Comissão Europeia que aprova a ajuda estatal de 1.200 milhões de euros à TAP, por a considerar “insuficientemente fundamentada”, mas não obrigando ainda à devolução desse montante enquanto se aguarda uma nova decisão.

Em junho, Michael O'Leary, defendeu que o apoio estatal à TAP não é um investimento, mas sim impostos cobrados aos contribuintes e "deitados na sanita" da companhia aérea, expressão hoje referida em conferência de imprensa.

As críticas ao apoio do Estado têm levado a troca de acusações entre O'Leary e o ministro Pedro Nuno Santos, que tem a tutela da TAP.

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