BES/GES: a audição de Maria Luís Albuquerque em 8 pontos - TVI

BES/GES: a audição de Maria Luís Albuquerque em 8 pontos

Maria Luís Albuquerque (Manuel de Almeida/Lusa)

Ministra das Finanças foi ouvida a 19 de novembro. Revelou que Ricardo Salgado queria um empréstimo para o GES, não para o banco. Atribuiu a responsabilidade pelo colapso aos administradores e a escolha pela via da resolução ao Banco de Portugal

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A ministra das Finanças contou aos deputados que o ex-presidente do BES lhe apresentou um plano para pedir um empréstimo para o Grupo Espírito Santo, em «maio ou junho» de 2014. «Nunca» para o BES.

No que toca a responsabilidades, Maria Luís Albuquerque descarta as do Governo. Atira-as para os administradores do GES e do BES e nem sobre a medida de resolução que dividiu o banco em dois assume qualquer iniciativa. Assegura que a decisão foi do Banco de Portugal, mas admite que concorda com ela.
 
O resumo da audição em 8 pontos:

1 – Revelou que Ricardo Salgado a abordou no sentido de conseguir um financiamento para o Grupo Espírito Santo – o ramo não financeiro - via Caixa Geral de Depósitos, em «maio ou junho», ou seja, dois meses antes do colapso. Seria apenas o GES que estava em apuros, mas injetar dinheiro num grupo empresarial estava «completamente fora de questão», porque não é ao Governo que cabe conceder créditos.

2 - Afirmou que «nunca» chegou ao Governo qualquer pedido de ajuda para o banco - o BES. «Nunca houve sequer referência, sequer referência ao BES». Negou, por isso, qualquer «conversa» com Salgado sobre uma recapitalização do banco. «Nunca existiu»

3 – Atirou as culpas pelo colapso do GES e do BES a Ricardo Salgado e à sua equipa, «nas suas causas e nas consequências». «As práticas de gestão quer a nível do grupo, quer a nível do banco» estiveram «em claro incumprimento» das determinações do Banco de Portugal

4 – Já a responsabilidade pela escolha da resolução que dividiu o BES em dois – bom e mau -, diz que essa decisão foi do Banco de Portugal, que depois lhe comunicou. Em qualquer caso, concorda que foi a melhor, dentro das circunstâncias

5 – Admitiu que a linha de capitalização pública, deixada pela troika, estava disponível, mas «houve uma precipitação» de acontecimentos, que impedia considerar essa via em tempo útil, dada a ameaça de retirada imediata do estatuto de contraparte pelo BCE. «Não houve tempo para outra coisa»

6 - A ajuda estatal nunca se colocou: «Nunca foi apresentada ao Governo qualquer pedido de recapitalização do banco, quer pelo banco, acionistas, quer Banco de Portugal». «O Governo nunca apresentou, aceitou ou recusou qualquer recapitalização pública do BES» 

7 – Justificou que a recapitalização pública ou a via encontrada ia dar ao mesmo para acionistas, que iam perder num e noutro caso. Já se a opção tivesse sido a primeira, contribuintes não estariam tão salvaguardados

8 - Nacionalizar o BES é que não era uma hipótese a considerar. Quis «deixar claro» que o Governo «nunca estaria disponível para aceitar»

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