"Estamos a dar resposta necessária e equilibrada a uma greve tão brutal para todos” - TVI

"Estamos a dar resposta necessária e equilibrada a uma greve tão brutal para todos”

  • SL
  • 12 ago 2019, 21:52

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, esteve no Jornal das 8 e garantiu que a decisão da requisição civil foi ponderada e “equilibrada”

Pedro Nuno Santos esteve no Jornal das 8, para esclarecer as razões para o decreto da requisição civil pelo Conselho de Ministros, esta segunda-feira. O ministro das Infraestruturas garantiu que esta decisão foi ponderada e “equilibrada”.

Nós aceitamos o direito à greve. Mas o direito à greve não é um direito absoluto. Ele pode entrar em conflito com outros direitos que devem ser igualmente protegidos”, começou por dizer o ministro, acrescentando que foi por isto que o Governo estipulou uma rede de emergência e serviços mínimos.

Prosseguiu, sublinhando que a requisição civil é apenas dirigida às zonas do país em que se sabia que os serviços mínimos não estavam a ser cumpridos, depois de serem monitorizadas as cargas e descargas “durante o desenrolar do dia”.

Pedro Nuno Santos sublinhou ainda que, ao contrário do que seria de prever, o Governo não fez uma requisição civil antecipada, estando apenas a responder à falta de cumprimento dos serviços mínimos, potenciada pelas declarações de Pardal Henriques durante a tarde.

Deviam ter chegado 119 camiões ao aeroporto e devem ter 50% ou menos”, disse. “Apesar de querermos dar uma resposta firme, queremos também que seja equilibrada

"Quando fomos dizer que o Governo se foi preparando, era a sério. Julgo que estamos a dar uma resposta necessária e equilibrada a uma greve que tem um impacto tão brutal sobre todos nós”, acrescentou.

O ministro relembrou ainda que “quem desrespeitar a requisição civil está a incorrer num crime de desobediência”.

Não nos passa pela cabeça que a requisição civil não seja cumprida. Isso seria uma situação demasiado grave perante os outros e perante a lei”.

Por último, frisou que o “Governo está a fazer o que lhe compete e é sua obrigação”, por isso não compreende as críticas que estão a ser tecidas pelos partidos de oposição.

Fomos amplamente criticados em abril por não estarmos preparados. Agora somos criticados por sermos excessivos”.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação contrapôs as negociações em curso entre a ANTRAM e a Fectrans com a greve no setor do transporte de matérias perigosas, nas declarações à TVI.

As negociações entre a ANTRAM e a Fectrans provam que a defesa dos interesses dos trabalhadores pode ser feita de outra forma, sem este impacto brutal nas nossas vidas”, disse Pedro Nuno Santos.

Há outras formas menos penosas para a comunidade a que chamamos Portugal para melhorar as condições de trabalho, a dignidade da profissão de motorista, que é isso que a Fectrans está a fazer neste momento através de uma negociação que lhe permite ter vitórias”, prosseguiu.

Vieira da Silva diz que requisição civil não significa regresso à normalidade

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social clarificou que a requisição civil não significa o retorno à normalidade, apenas a melhoria das condições, e avisou que o incumprimento desta medida terá consequências.

Em entrevista à RTP3, Vieira da Silva esclareceu que o facto de o Governo ter avançado com uma requisição civil não significa que se vá deixar de sentir os efeitos da greve.

Uma greve é sempre uma greve, se não se sentissem os efeitos não seria uma greve. Não podemos dizer, para sermos rigorosos que tudo funcionará como usualmente, quando não há greves”, afirmou o ministro, que mais à frente reiterou que “isto não é o regresso à normalidade”.

É a reposição de melhores condições, para dar resposta em zonas críticas da nossa sociedade”, acrescentou.

Lembrando que a requisição civil é já “uma medida muito pesada, que normalmente surte efeito do ponto de vista de ajudar a resolver os problemas”, Vieira da Silva avisou que esta é para cumprir, sob pena de haver consequências para os incumpridores.

Há quem possa pensar que não há consequências da requisição civil, mas haverá, tem que haver, porque senão é o próprio poder do Estado de direito que é posto em causa”, disse o ministro.

Se alguém pensa que reage à requisição civil como reagiu aos serviços mínimos está enganado, porque o quadro legal das duas figuras é diferente”, acrescentou.

Vieira da Silva recordou ainda que o quadro legal da requisição civil é “mais exigente” e que a “moldura penal é mais pesada”.

O ministro frisou ainda que esta medida não põe “em causa o direito à greve”, mas que esta “não tem um valor absoluto”, sendo necessário levar em conta o bem-estar da população, o que compete ao Governo garantir.

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