Moody's revê preço do petróleo para entre 50 a 70 dólares nos próximos dois anos - TVI

Moody's revê preço do petróleo para entre 50 a 70 dólares nos próximos dois anos

  • Agência Lusa
  • NM
  • 8 out 2021, 11:59
Moody`s - EPA/ANDREW GOMBERT

A agência financeira explica que a revisão da estimativa se prende com a "expectativa de que o custo total de produção de um barril vá aumentar em linha com a recuperação da procura"

A agência de notação financeira Moody's reviu esta sexta-feira a previsão para o preço do petróleo para entre 50 e 70 dólares por barril, acompanhada de um aumento dos custos de produção para níveis pré-pandémicos.

Aumentámos a nossa estimativa de preço médio do barril de petróleo para entre 50 a 70 dólares entre 2022 e 2024 para refletir a nossa expectativa de que o custo total de produção de um barril vá aumentar em linha com a recuperação da procura", lê-se num relatório sobre a evolução do preço do petróleo.

No documento, a Moody's explica que se está "a voltar ao preço médio que havia antes da pandemia" e aponta que "a oferta condicionada vai continuar a sustentar a subida dos preços do petróleo".

Para a Moody's, os investimentos na prospeção de novos poços de petróleo continuam bem abaixo dos níveis registados antes da pandemia, "apesar da notória reviravolta nos preços do petróleo e do gás em 2021, e as empresas de exploração e produção estão a sinalizar que vão continuar a restringir a despesa no próximo ano".

Para países como Angola, que enfrentam um declínio estrutural da exploração das reservas e limitações na prospeção de novos poços, o investimento das empresas na busca de novos campos de petróleo é essencial.

Na quinta-feira, o ministro da Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, afirmou numa conferência de Chatham House que, "como resultado do desgaste natural nos campos do petróleo, problemas operacionais, e de ausência de investimentos suficientes em tempo oportuno na prospeção petrolífera, a produção física tem estado a decrescer em Angola", com o setor petrolífero a cair 11,6% só este ano.

Os analistas da Moody's estimam que as empresas "vão precisar de aumentar consideravelmente a sua despesa a médio prazo para substituírem as reservas e evitarem declínios na produção futura".

No entanto, para já, a despesa em exploração e produção aumentou apenas ligeiramente face à queda de 30% em 2020, com os produtores a planearem "investir de forma conservadora em 2022, impulsionados pela subida dos preços das matérias-primas".

O preço do petróleo da OPEP ultrapassou esta semana a barreira dos 80 dólares pela primeira vez desde 2018, depois de a organização petrolífera e os seus aliados terem decidido manter a produção limitada, informou hoje a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

O barril utilizado como referência pela OPEP - um cabaz de 13 tipos de petróleo, um para cada país membro - foi negociado a 80,43 dólares na terça-feira, mais 2,8% do que no dia anterior.

Essa subida ao nível mais alto desde 10 de outubro de 2018 ocorreu um dia depois de a OPEP e os seus aliados terem decidido, numa teleconferência, manter inalterado o plano em vigor de aumentar gradual e moderadamente o fornecimento de petróleo.

Liderados pela Arábia Saudita e pela Rússia, os 23 países membros da aliança conhecida como "OPEP+" confirmaram que em novembro acrescentarão apenas 400.000 barris por dia de petróleo ao mercado, como já tinham acordado em julho.

Com isto, continuarão a deixar grande parte do grande corte de produção em vigor desde maio de 2020, que adotaram para lidar com o colapso do consumo e dos preços provocado pela crise da pandemia no ano passado.

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