Candidata derrotada no Eurogrupo: "Prometeram-nos dez votos, mas alguém não fez o que disse que ia fazer" - TVI

Candidata derrotada no Eurogrupo: "Prometeram-nos dez votos, mas alguém não fez o que disse que ia fazer"

  • Bárbara Cruz
  • 10 jul 2020, 12:38

Nadia Calviño, a ministra espanhola das Finanças, era a favorita à sucessão do português Mário Centeno, mas acabou por ser derrotada pelo irlandês Paschal Donohoe

Nadia Calviño, a candidata apoiada por Portugal, França e Alemanha à presidência do Eurogrupo, para substituir Mário Centeno, diz que houve um dos países que a apoiaram que, à última hora, não cumpriu com o prometido e retirou o voto, sendo assim eleito o irlandês Paschal Donohoe.

Estas coisas acontecem. Era um projeto importante. Tínhamos prometidos dez votos, mas alguém não fez o que disse que ia fazer", referiu a ministra espanhola das Finanças, em entrevista à Cadena Ser. 

Questionada sobre que país terá voltado com a palavra atrás, Calviño preferiu não entrar em pormenores, frisando apenas que o voto é secreto e que já quase nada a surpreende. "Se tivesse seguido em frente, teria sido um caminho muito importante. Teria sido a primeira vez de um grande país, a primeira vez de uma mulher", assinalou. 

Falando sobre a derrota, a socialista admitiu que sabia que a vitória seria "complicada". 

Tive os votos de países grandes e pequenos, de partidos distintos. Essa transversalidade mostra o respeito e o carinho que há por Espanha. O Eurogrupo é um órgão informal, um clube, que pode ter um papel importante. Eu creio que a leitura é que os países pequenos se reuniram em torno de um líder e o Partido Popular Europeu conseguiu atrair alguns de fação liberal. Não creio que haja uma leitura específica sobre a Espanha", sublinhou a vice-presidente do governo espanhol. 

Paschal Donohoe, ministro irlandês de centro-direita de 45 anos, foi eleito presidente do Eurogrupo após bater na segunda volta a favorita Nadia Calviño, que tinha o apoio declarado dos dois ‘pesos pesados’ da zona euro, Alemanha e França.

O ministro irlandês torna-se o quarto presidente da história do Eurogrupo, depois do luxemburguês Jean-Claude Juncker (2005-2013), do holandês Jeroen Dijsselbloem (2013-2018) e do português Mário Centeno (2018-2020), e dirigirá pela primeira vez os trabalhos do grupo na reunião agendada para 11 de setembro próximo.

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