Agências mantêm rating máximo do FEEF após a cimeira - TVI

Agências mantêm rating máximo do FEEF após a cimeira

Conselho Europeu: Donald Tusk, Presidência Polaca da UE

Países de AAA podem garantir o financiamento

As três grandes agências de rating (Moody's, Fitch e Standard & Poor's) mantêm a classificação máxima (AAA) do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), mecanismo dos países do euro para emprestar a outros em dificuldades financeiras, mesmo com as decisões tomadas na cimeira europeia de quarta-feira.

Numa nota publicada esta sexta-feira pela Standard & Poor's (S&P), a agência de notação financeira diz que as mais recentes decisões relativamente ao fundo de resgate são positivas e dão-lhe margem para continuar com o rating máximo possível, deixando inclusivamente uma perspectiva estável sobre esta avaliação.

As várias possibilidades que vieram a ser identificadas para o aumento da capacidade do FEEF chegaram a levantar o espectro da perda do rating máximo, especialmente por uma redução das garantias dadas pelos países que suportam o fundo face à capacidade efectiva de financiamento, mas os receios não se concretizam para já.

Para a Standard & Poor's, esta perspectiva baseia-se na sua própria avaliação de que é «quase certa probabilidade dos países membros do FEEF com rating AAA providenciarem apoio extraordinário e atempado à entidade em caso de dificuldades financeiras».

A agência atribui ainda um rating para dívida de curto prazo emitida pelo fundo na escala máxima, A+, lembrando que apesar de na maioria das hipóteses colocadas sobre as notações dos países que fazem parte do fundo a nota do fundo não cair, a falta de capacidade de devolver confiança aos mercados pode colocá-lo em causa.

«Se os programas financiados pelo FEEF não conseguirem melhorar a confiança nos mercados na zona euro, e o contágio colocar em causa as notas dos países com ratings AAA, isto pode afectar indirectamente a avaliação de crédito do fundo», diz a nota.

Nota máxima mostra confiança na Zona Euro

A nota das três agências de rating é a mais alta possível e foi confirmada após a entrada em vigor a 18 de Outubro das alterações do FESF decididas em Julho e que ampliam a capacidade de empréstimo a 440.000 milhões de dólares(311.042 euros), com garantias de 780.000 milhões de dólares (551.393 euros).

Com as novas capacidade, a nova estratégia de financiamento do FEEF será «mais flexível e diversificada», explicou o fundo em comunicado.

O presidente do FEEF, Klaus Regling, afirmou que a confirmação da classificação máxima por parte das agências «mostra a confiança da zona Euro para restaurar a estabilidade financeira».

«As emendas ao FEEF permitirão contribuir a esta estratégia de novas formas», acrescentou.

As novas emendas entraram em vigor no passado dia 18 depois da sua aprovação pelo Parlamento da Eslováquia, o último dos 17 países do euro a ratificar as decisões sobre o fundo na cimeira dos países do euro a 21 de Julho.

Além de aumentar a sua capacidade de intervenção, as emendas permitirão também ao FEEF intervir nos mercados primário e secundário da dívida e financiar recapitalizações de bancos através de empréstimos a governos de países sem programas de resgate.

A cimeira extraordinária da zona euro acordou quinta-feira aumentar a capacidade de intervenção do Fundo até um bilião de euros, se bem que ainda faltem acertar alguns detalhes técnicos.

O FEEF abrir-se-á ao capital público e privado e garantirá parte das emissões de dívida soberana, de forma a ter uma maior capacidade para travar o possível contágio do não pagamento da Grécia.

Até agora, o Fundo emprestou 43.700 milhões de euros, 26 a Portugal e 17.700 à Irlanda.
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