«Avalanche de vendas» atira ações do BES para mínimos - TVI

«Avalanche de vendas» atira ações do BES para mínimos

«Esta já era uma reação esperada e, portanto, normal nos mercados», explica um analista

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As acões do Banco Espíriro Santo (BES) vivem esta quinta-feira o pior desempenho do índice PSI20, tendo chegado a tocar mínimos na hora de abertura da bolsa, nos 0,84 euros, um recuo superior a 26%.

A esta altura, a quebra do valor das ações do BES é menor, recuando 14,73% para os 0,995 euros.

A má performance dos títulos do banco liderado por Ricardo Salgado na sessão de hoje reflecte a reacção dos investidores ao aumento de capital anunciado ontem pelo banco, mas «esta já era uma reação esperada e, portanto, normal nos mercados», explicou o analista do XTB, Salvador Nobre da Veiga, à Agência Financeira.



Para além de uma reação má, mas «normal», ao reforço do capital, está em causa «o aspecto de diluição das acções», que continuam a fazer o seu ajuste. «Assistiu-se a uma reação inicial elevada devido às ordens, assistiu-se a uma maior avalanche de vendas, mas era um cenário previsível», referiu.



Como era de esperar, os efeitos desta operação acabaram por arrastar a restante banca para o fundo. BCP e BPI recuam agora 4,8% e 5,6% para os 0,118 euros e 0,415 euros por ação, respetivamente.

E, para além da influência que o aumento de capital teve nos títulos dos outros bancos, «há a própria questão da crise da dívida soberana, sobretudo vinda de Espanha», que também contribuiu para a forte queda. Os efeitos colaterais para Portugal «acabam por ser maiores devido à sua proximidade e dependência de Espanha», analisou Nobre da Veiga.

Note-se que o aumento de capital anunciado pelo BES permite aumentar o Core Tier I de 9,21% para 10,75%.

O BES referiu na quarta-feira que este nível de core capital é «claramente acima do requisito mínimo de Core Tier de 9% exigido pela Autoridade Bancária Europeia até 30 de junho deste ano e, do requisito mínimo de 10% que os grupos financeiros sujeitos à supervisão do Banco de Portugal deverão cumprir até 31 de dezembro de 2012».

O banco liderado por Ricardo Salgado dá assim o pontapé de saída no exigente reforço do capital que os bancos estão a ser obrigados a fazer. Ao contrário dos outros bancos, sem recorrer à linha de crédito disponibilizada, de 12 mil milhões de euros.

Note-se ainda que a casa-mãe do BES, o Espírito Santo Financial Group, também anunciou um aumento de capital, mas de 400 milhões de euros.

As ações do BES fecharam a sessão a liderar as quedas no PSI20: desvalorizaram 10,54 por cento, para os 1,044 euros. Foram negociadas cerca de 18,5 mil títulos.
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