Banca tem de continuar a racionalizar balcões e cortar custos - TVI

Banca tem de continuar a racionalizar balcões e cortar custos

Bancos

Banco de Portugal apela a rápida aplicação do reforço da união bancária na Europa

O Banco de Portugal diz que os bancos portugueses têm de continuar a racionalizar as suas redes comerciais e a cortar custos, o que pode sinalizar encerramento de balcões e redução de pessoal.

No Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado esta quinta-feira, o regulador considera «fundamental que a estratégia de reestruturação das redes comerciais e, mais genericamente, de racionalização dos custos dos bancos, prossiga no futuro próximo de modo a permitir adaptar a capacidade instalada do sistema bancário ao menor nível estrutural de procura de serviços bancários».

É que «a rendibilidade dos bancos portugueses deverá manter-se sob pressão, num quadro de deterioração expectável da qualidade da carteira de crédito bancário, em conjugação com a persistência de níveis muito reduzidos de taxas de juro interbancárias». Neste contexto, «a manutenção de níveis de capitalização adequados continuará a ser um elemento crucial para preservar a solidez e a resistência do sistema bancário a choques adversos», avisa.



O banco central reconhece que, no decurso de 2012, tem vindo a observar-se uma melhoria da liquidez do sistema bancário português, na sequência das medidas anunciadas pelo BCE e pela União Europeia, que permitiram estabilizar o financiamento dos bancos junto do Eurosistema, «contribuindo para um aumento da resiliência do sistema bancário a potenciais choques negativos sobre a sua capacidade de financiamento».

Emissão de dívida do BES e CGD é sinal positivo mas ainda há condicionantes

Lembrando que, recentemente, dois bancos portugueses realizaram emissões de dívida nos mercados financeiros internacionais, e sublinhando a evolução positiva observada recentemente na avaliação do risco do sistema bancário português por parte dos investidores internacionais, o BdP ressalva: «o acesso dos bancos aos mercados financeiros internacionais permanece condicionado».

«Mantém-se a necessidade de continuar a reforçar o conjunto de ativos disponíveis para utilizar como garantia nas operações de cedência de liquidez num contexto em que subsistem riscos sobre a sustentabilidade da diminuição das tensões nos mercados financeiros internacionais».

Por outro lado, a adoção de regras mais exigentes no âmbito da futura regulamentação comunitária sobre requisitos de liquidez constitui um desafio adicional para os bancos a nível internacional, incluindo os portugueses. Neste contexto, a continuação do ajustamento gradual do balanço dos bancos portugueses, traduzido numa redução gradual do rácio entre o crédito e os depósitos permitirá convergir a prazo para uma estrutura de financiamento mais sustentável.

Banca nacional deverá cumprir metas de rácios de capital

Estes desenvolvimentos irão ocorrer em simultâneo com a entrada em vigor de novo quadro regulamentar no contexto da União Europeia, que reflete em boa parte os preceitos de Basileia III, que se traduzem em requisitos de liquidez e solvabilidade gradualmente mais exigentes. «A evolução recente da solvabilidade e liquidez dos bancos portugueses é consentânea com o cumprimento das metas nos calendários previstos», informa.

As condições de financiamento dos bancos continuam a estar fortemente influenciadas pela situação financeira dos respetivos Estados. Desta forma, «é crucial que sejam reforçados os compromissos assumidos ao nível da área do euro ao longo dos últimos meses, tendo em vista a criação de uma União Bancária, cuja implementação deverá assegurar uma maior integração financeira e orçamental, permitindo criar os mecanismos necessários para interromper os efeitos de interação entre risco soberano e estabilidade financeira», conclui.

O BdP diz que os bancos devem continuar a cortar custos, o que pode sinalizar encerramento de balcões e redução de pessoal.
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