Banco manda funcionários cortar pêlos do nariz

O sector financeiro é conhecido pelo dress code formal. Os bancos pedem aos seus funcionários que usem roupa cuidada, de preferência com um estilo executivo, e que cuidem da sua aparência. Mas na banca, como noutros sectores, há uns mais exigentes que outros.

O suíço UBS divulgou junto dos seus funcionários um documento em que se exigia mais do que um simples dress code. No documento, a que a Reuters teve acesso, o banco é bastante específico nas suas instruções e chega ao extremo de impor restrições na cor da roupa interior e de dar instruções sobre o cuidado a ter com os pelos nasais.

O memorando interno, que data do final de Dezembro, caiu nas mãos dos media, que não perdoaram. O «Financial Times Deutscheland» publicou um artigo sobre o assunto, intitulado «Dress Test» (Teste de Vestuário, numa tradução livre)e o «Daily Mail» chamou-lhe «No Sexyness in the City» (Não Há Sexo na Cidade). O banco reagiu, considerando terem existido «imprecisões e mal-entendidos» na cobertura noticiosa do assunto.

«O elemento chave do dress code é a exigência de que o pessoal use fato escuro, camisa/blusa branca, gravata/lenço vermelho e sapatos pretos. Esta exigência entra em vigor assim que os balcões renovados reabram», explicou o UBS.

O memorando do banco explica que o dress code foi criado pela primeira vez em 2009, apenas para pessoal da recepção, hospedeiras de eventos e motoristas, mas que estava a ser alargado a outros funcionários de atendimento ao público na Suíça para passar uma imagem consistente do banco.

«O dress code contém também algumas dicas e conselhos gerais», pode ler-se no documento. Estas «dicas» estendem-se ao longo de 44 páginas e incluem conselhos como evitar comer alho e cebola e um texto sobre os benefícios de ter as unhas dos pés bem arranjadas.

No memorando pode ainda ler-se que, usando o uniforme profissional, as funcionárias nunca devem usar as blusas demasiado justas: «nenhuma parte do seu peito deve ser visível, uma vez que isso daria um aspecto vulgar».

O esforço para «aprimorar» os funcionários faz parte de uma campanha mais ampla para melhorar a imagem pública do principal banco do país, que foi salvo pelo Governo depois de ter perdido mais de 50 mil milhões de francos suíços (52,2 mil milhões de euros) em activos tóxicos, durante a crise.

Nos principais balcões, o UBS está ainda a tentar implementar uma imagem corporativa única, uniformizando a decoração.