Banif admite recorrer à linha de recapitalização da troika - TVI

Banif admite recorrer à linha de recapitalização da troika

Banif

Banco deverá assim juntar-se ao BCP e ao BPI

O Grupo Banif encerrou 2011 com um rácio «core tier 1» de 6,78 por cento, pelo que, face à exigência de nove por cento imposta pela troika à banca portuguesa para junho, admite recorrer à linha de recapitalização.

«O grupo encontra-se presentemente a analisar todas as opções disponíveis para cumprir com as necessidades de recapitalização, atendendo aos requisitos regulamentares impostos pelas autoridades de supervisão, não sendo de excluir o recurso à linha de recapitalização existente no âmbito do PAEF [Programa de Assistência Económica e Financeira]», revelou o banco na segunda-feira à noite.

O Banif deverá assim juntar-se ao BCP e ao Banco BPI, instituições que já admitiram a possibilidade de virem a recorrer à linha de 12.000 milhões de euros criada para apoiar a banca no âmbito do pacote de ajuda financeira a Portugal, escreve a Lusa.

Já o BES optou por não recorrer a esta linha, ao passo que a CGD, enquanto banco público, está impedida de utilizá-la.

O possível recurso à linha da troika foi anunciado pelo Banif no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), relativo aos resultados de 2011, marcados por um prejuízo de 161,1 milhões de euros.

Os bancos portugueses têm que, até junho, atingir nove por cento em termos do rácio «core tier 1», mas, de acordo com os requisitos mais exigentes da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), a troika estima que os sete maiores bancos privados portugueses vão precisar de 4.000 milhões de euros para reforçar os seus rácios.

Este é precisamente o valor que a troika já transferiu para a linha pública de recapitalização da banca de 12.000 milhões de euros, estipulada no acordo com Portugal, estando previsto que as restantes transferências sejam realizadas à medida que as necessidades forem surgindo.

A portaria que regulamenta as condições de acesso dos bancos a este fundo ainda não é conhecida, mas a troika já adiantou que as ações que o Estado irá comprar para entrar no capital dos bancos que peçam ajuda pública para se recapitalizarem terão de ser vendidas com um «desconto considerável» para dar «uma grande margem de segurança» para os contribuintes.
Continue a ler esta notícia