Bankia vai cortar 6 mil empregos e fechar 1.100 escritórios - TVI

Bankia vai cortar 6 mil empregos e fechar 1.100 escritórios

Bankia (foto Reuters)

Modelo não implica necessariamente o despedimento de todos os afetados

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O banco espanhol Bankia, nacionalizado, vai cortar 6.000 postos de trabalho (mais de 25% dos seus quadros) e fechar 1.100 escritórios no âmbito dos planos de recapitalização aprovado pelo Banco de Espanha e pela Comissão Europeia.

O modelo, informou a entidade, não implica necessariamente o despedimento de todos os afetados, já que podem ser incluídos num plano de venda de negócios a concretizar ao longo de vários anos.

Trata-se, explicou a entidade, de um corte de 28% do número de efetivos e de uma redução de 39% no número de escritórios, reduções que, a par da restante reestruturação permitirá o regresso aos lucros em 2013.

O banco nacionalizado conta com 20.126 empregados e 3.107 escritórios operacionais, segundo dados de setembro deste ano.

As estimativas de lucros líquidos atingem os 1.200 milhões de euros em 2015, informou a entidade, pouco tempo antes da informação ser divulgada, em conferência de imprensa, pelo seu presidente, José Ignacio Goirigolzarri.

A entidade estima que o plano de reestruturação custará ao Estado 17.959 milhões de euros, incluindo os 4.500 milhões de euros recebidos em dezembro, escreve a Lusa.

O Bankia, que registou perdas de 19 mil milhões de euros em 2012 prevê conceder 52 mil milhões de euros de novo crédito até 2015, dos quais 84% se destinará a novas empresas.

Desinvestirá em negócios não estratégicos, um valor de 50 mil milhões de euros, e espera acumular um excesso de capital de 5.400 milhões de euros sobre o mínimo regulamentado nos próximos três anos.

Na terça-feira, o Banco de Espanha e a Comissão Europeia aprovaram os planos de reestruturação das quatro entidades nas mãos do Estado - Bankia, CatalunyaBanc, Novagalicia e Banco de Valência.

Os planos são essenciais para que as entidades possam receber, em meados de dezembro a ajuda que precisam, criptografada na terça-feira em 37.000 milhões pelo ministro de Economia, Luis de Guindos.

Em comunicado, o Banco de Espanha explica que com o «sim» aos planos das quatro entidades se atinge «uma nova meta» no cumprimento dos requisitos do memorando assinado por Espanha para receber a ajuda europeia de até 100.000 milhões de euros.

No início de novembro fontes comunitárias tinham avançado que os bancos espanhóis nacionalizados, e que receberão apoio através de ajudas europeias, teriam que implementar um plano de reestruturação que reduza a sua dimensão entre 40 e 60%.

Para concretizar esta redução de dimensão - que afeta entidades como Bankia, CatalunyaCaixa, NCG Banco y Banco de Valencia - haverá cortes nas áreas de negócio consideradas não estratégicas, a venda de participações empresariais e a redução da rede escritórios.

Recorde-se que o Eurogrupo aprovou, em julho, o plano de recapitalização da banca espanhola, num montante máximo de até 100 mil milhões de euros.

A 28 de setembro foram conhecidos os resultados dos testes de resistência feitos pela consultora Oliver Wyman, segundo os quais as quatro entidades nacionalizadas precisavam de 46.206 milhões de euros: Bankia, 24.743 milhões, Cataluña Banc, 10.825 milhões, Novagalicia, 7.176 milhões e Banco de Valência, 3.462 milhões.

O Banco de Espanha recorda que essas necessidades de capital serão menores pela transmissão de ativos imobiliários ao bad bank (banco que integrará ativos tóxicos) e pela conversão de participações preferentes.

O valor final da ajuda europeia será ainda menor, sugerem fontes financeiras, pela decisão que se espera hoje de adjudicação do Banco de Valência ao CaixaBank.

Hoje de manhã, a Comissão Nacional do Mercado de Valores de Espanha suspendeu de forma cautelar a negociação das ações do Banco de Valência por «circunstâncias incomuns que podem perturbar o normal desenvolvimento das operações destes valores».

O Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) revelou na terça-feira que irá injetar no Banco de Valência 4.500 milhões de euros antes de vender a instituição à Caixabank por um euro.
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