Banqueiro: coesão e paz sociais são vitais e prioritárias - TVI

Banqueiro: coesão e paz sociais são vitais e prioritárias

Faria de Oliveira, CGD

Portugal vive «um estado de necessidade e de emergência» mas portugueses sabem que é preciso corrigir o rumo

Preservar a coesão, a estabilidade e a paz sociais são condições «vitais» para as mudanças que estão a ocorrer em Portugal e devem ser a «preocupação dominante» dos responsáveis políticos e empresariais, disse o presidente da CGD à Lusa em Madrid, onde participou num debate organizado pelo Circulo de Empresários e Gestores Espanhóis e Portugueses.

«É o elemento chave para o êxito de todos os programas de reforma, tanto os públicos como os privados», afirmou Fernando Faria de Oliveira.

O responsável da CGD considerou que Portugal vive hoje «um estado de necessidade e de emergência» mas que os portugueses, apesar das dificuldades, sabem que o país tem seguido «um caminho errado que é imprescindível corrigir».

Motivo pelo qual se mostrou convicto de que os portugueses estão a mostrar «o seu sentido de responsabilidade mas também a sua clarividência» na resposta à «aplicação de seríssimas medidas de austeridade».

Mais vulneráveis devem ser protegidos

Afirmando que as medidas são difíceis de aceitar, especialmente para aqueles com menores rendimentos, Faria de Oliveira afirmou que é essencial que a solidariedade seja sempre contemplada tanto ao nível político público como nas políticas de responsabilidade social das empresas.

Como exemplo do que pode ser feito, citou o caso da decisão do Conselho de Administração da CGD de aprovar um «plano especial social para apoiar as situações de maiores dificuldades» dos seus trabalhadores menos remunerados afectados pelos cortes salariais.

Faria de Oliveira sublinhou que o processo em curso obrigava a «ganhar credibilidade», o que tem sido demonstrado «com grande coesão» pelos portugueses «que estão a aceitar o conjunto de medidas capazes de transformar o país».

Vai ser um período longo em que se vai viver pior



«Esta primeira parte é essencial. Mas esperamos que ganha essa credibilidade, possamos voltar aos mercados e aproveitar este momento para conseguir de facto criar uma situação sólida para um desenvolvimento sustentado e aumento da competitividade», disse.

Trata-se, afirmou, de «aceitar um período relativamente longo» em que se vai «viver pior, empobrecer e ter um nível de vida inferior» mas onde se podem «criar condições para que o desenvolvimento futuro do país seja mais favorável penalizando menos as gerações futuras».

Na mesma entrevista, o banqueiro garantiu que a solvência da banca nacional está completamente assegurada e sublinhou que o financiamento à economia, que é agora a principal preocupação, não é responsabilidade só da banca.
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