BPI vai participar na reestruturação de dívida grega - TVI

BPI vai participar na reestruturação de dívida grega

Fernando Ulrich

Quinta-feira é o dia limite para bancos, seguradoras e fundos dizerem se aceitam ou não participar no programa de troca de títulos de dívida grega

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O BPI vai participar na operação de reestruturação da dívida da Grécia, disse uma fonte do banco à agência de informação financeira Bloomberg.

O governo grego estabeleceu uma taxa de participação de 75 por cento como mínimo para prosseguir com a transação em que, segundo a Bloomberg, os investidores vão perdoar 53,5 por cento dos títulos que detêm e trocar os restantes por novos títulos do governo grego a mais longo prazo e ainda por títulos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).

Quinta-feira é o limite para as instituições privadas ¿ bancos, seguradoras e fundos ¿ dizerem se aceitam ou não participar no programa de troca de títulos de dívida grega por outros novos, com condições de penalização mais leves e com maturidades mais longas.

A operação de troca de títulos de dívida grega prevê a retirada de cerca de 100 mil milhões de euros do total da dívida do país, que é de 460 mil milhões de euros, reduzindo a dívida dos 160 por cento do produto interno bruto (PIB) previstos para 2020, para 120 por cento.

Na segunda-feira, doze bancos que fazem parte do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa o setor privado nas negociações de reestruturação da dívida da Grécia, anunciaram que aceitam perdoar parte da dívida do país.

Entre as instituições que aceitaram participar no programa, aceitando assim perder 70 por cento na dívida soberana grega que têm em carteira, estão o banco francês BNP Paribas, o alemão Deutsche Bank e o holandês ING Bank.

O BPI apresentou em 2011 prejuízos de 204 milhões de euros, valor que compara com o lucro de 184,8 milhões de euros alcançado em 2010.

Os títulos de dívida pública da Grécia detidos pelo Banco BPI foram os grandes responsáveis pelo prejuízo registado pelo banco em 2011 e, na apresentação das contas de 2011, o presidente do BPI, Fernando Ulrich, admitiu que a aposta não foi bem sucedida.

«Não tenho nenhum orgulho de ter comprado dívida grega, daquela dimensão e naquela altura».

O BPI detém quase 700 milhões de euros de dívida soberana helénica e acabou por ter que registar imparidades de 339 milhões de euros nas contas de 2011 resultantes da exposição à dívida grega, tendo por base um cenário de «hair cut» [perdão] de 64 por cento do montante global detido.

«Pensava que não tinha o risco que se veio a verificar», admitiu Ulrich, ainda que realçando que «a situação do banco, como um todo, é sólida».

Questionado sobre a reação dos acionistas ao prejuízo histórico apresentado em 2011 pelo banco que lidera, Ulrich desvalorizou a questão.

«No conselho de administração do BPI estão pessoas ligadas aos acionistas, que representam quase 80 por cento do capital do banco, e estão totalmente informadas e esclarecidas [sobre a situação do banco]», disse.
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