BPN: fuga na investigação encobre fraudes - TVI

BPN: fuga na investigação encobre fraudes

Oliveira Costa

Investigação ao caso BPN, «em vez de ter começado em 2008, teria começado no início de 2006»

Uma testemunha revelou esta quarta-feira no julgamento do caso BPN que uma «fuga» de informação no seio da investigação da Operação Furação permitiu que documentos sobre o Banco Insular fossem escondidos antes da realização das buscas, atrasando a descoberta das fraudes no BPN, nota a Lusa.

O inspector tributário Paulo Jorge Silva, testemunha arrolada pelo Ministério Público (MP), declarou em tribunal que esta «fuga prévia» no arranque da Operação Furação, em Outubro de 2005, permitiu que os responsáveis do BPN retirassem atempadamente o material para um apartamento em Lisboa, usado por José Vaz Mascarenhas (antigo presidente do Banco Insular de Cabo Verde), tendo essa documentação sido posteriormente levada para um local em Vila das Aves, onde acabou por ser descoberta.

Dois dias antes da primeira busca realizada na Operação Furacão (a 17 de Outubro de 2005) vários responsáveis do BPN, então presidido pelo arguido Oliveira Costa, foram convocados para as instalações do banco com o objectivo de «retirar tudo o que tinha a ver com o Banco Insular», explicou aos jornalistas fonte ligada ao processo.

A fonte admitiu que esta fuga de informação - que originou um inquérito no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa - atrasou em alguns anos a descoberta do escândalo em torno do BPN «e toda a história podia ter sido diferente».

A investigação ao caso BPN, «em vez de ter começado em 2008, teria começado no início de 2006» e teria evitado que o buraco financeiro do banco se tivesse agravado em cerca de 200 milhões de euros, realçou a fonte.

Esta fuga de informação, reconheceu, só poderia ter partido de dentro de alguma das quatro estruturas que participaram na Operação Furacão (MP, Tribunal Central de Instrução Criminal, Inspecção Tributária e PJ), desconhecendo-se o resultado do inquérito do DIAP a esta falha no sigilo das investigações.
Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE