BPN: trabalhadores têm de mostrar o que valem até dezembro - TVI

BPN: trabalhadores têm de mostrar o que valem até dezembro

Mira Amaral

BIC apresentou-se esta terça-feira aos funcionários do banco que acabou de comprar

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Os trabalhadores das agências e centros de empresas do ex-BPN têm até final do ano para mostrar o que valem e ficarem no BIC.

A administração do Banco BIC, que na sexta-feira comprou o banco por 40 milhões de euros, está reunida esta terça-feira, em Lisboa, com 300 quadros do ex-BPN.

«Vamos dizer aos trabalhadores o que esperamos deles, que estratégia temos para o BPN integrado no Banco BIC», disse o presidente executivo do BIC Portugal, Mira Amaral, em declarações aos jornalistas pouco antes do início do encontro.

Um dos principais objetivos da administração neste encontro será motivar estes funcionários para que tornem viáveis as agências e os centros de empresa do ex-BPN em que trabalham, de modo a assegurarem o seu posto de trabalho.

De acordo com o contrato assinado com o Estado, o BIC só está obrigado a ficar com 160 das cerca de 200 agências do BPN e com 750 dos mais de 1500 trabalhadores do banco nacionalizado em 2008. Ainda assim, o BIC já afirmou que acredita que pode ficar com cerca de 1.000 ex-funcionários do BPN, sendo os restantes dispensados e integrados nas sociedades do Estado que ficaram a gerir alguns dos ativos do banco.

«Vamos apelar ao máximo empenhamento dos trabalhadores para que, até fim do ano, possamos ver a performance deles e analisar com que agências e centros de empresa ficamos». É, de resto, uma «ilusão» pensar que o BIC poderá integrar toda a estrutura do ex-BPN.

«O BPN foi dimensionado para um volume de negócios de oito mil milhões de euros e tem agora quatro mil milhões. Não pode haver ilusões, vamos tentar manter o maior número de trabalhadores, agências e centros de empresa, mas não vamos conseguir manter todos».

Após a compra do BPN pelo BIC na sexta-feira, de imediato, todos as marcas BPN serão substituídas por Banco BIC, mesmo antes de se dar a integração dos dois bancos, que só acontecerá quando o BIC comprar a tranche de ações que estão nas mãos dos trabalhadores (0,5%). Enquanto esse processo (que poderá demorar até três meses) não estiver concluído existirão dois bancos geridos em conjunto.

Além disso, o BIC vai dar formação aos quadros do BPN: «Vamos fazer ações de formação. Temos consciência que o BPN, pelas suas vicissitudes, tem muita gente jovem que chegou a lugares de topo até porque alguns gestores saíram».

Para o ex-ministro, a compra do BPN pelo BIC deve significar um alívio para os trabalhadores do banco nacionalizado já que estão agora «integrados num grupo financeiro de grande solidez, que já deu provas de tornar um banco rentável» e em que «têm um futuro assegurado, com estabilidade profissional».

À entrada para a reunião, o Lusa tentou falar com os trabalhadores do ex-BPN que, no entanto, se mostraram avessos a dar qualquer opinião sobre os novos donos do banco. Apenas de um colaborador foi possível ouvir um «estamos felizes» quanto à compra do BPN pelo BIC.

Na segunda-feira, a comissão de trabalhadores (CT) do BPN mostrou-se satisfeita por o «longo processo» da reprivatização do banco ter chegado ao fim, mas alertou que aguarda soluções para a manutenção de todos os 1.580 postos de trabalho.
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