Bruxelas diz que, afinal, TGV nem é «muito racional» - TVI

Bruxelas diz que, afinal, TGV nem é «muito racional»

Comissão Europeia aprova decisão de Portugal e diz que Portugal deve antes investir num TGV mais lento

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O comissário europeu dos Transportes negou esta quinta-feira «qualquer conflito» com Portugal devido à decisão do Governo de abandonar o projeto do TGV, considerando mesmo que «talvez nem seja muito racional» querer implementar a alta velocidade em toda a Europa.

Siim Kallas, ao ser questionado pelos jornalistas no final de um Conselho de Ministros dos Transportes da União Europeia, sobre a decisão de Portugal de abandonar definitivamente o projeto de TGV, relativizou a questão, afirmando que as ligações ferroviárias de velocidade elevada nas quais o país deverá antes investir «são também muito rápidas».

Apontando que, por exemplo, o TGV entre Paris e Bruxelas atinge velocidades superiores a 300 km/hora, Kallas sustentou que «talvez não seja muito racional» querer aplicar este modelo em toda a Europa ou fazer deste objetivo uma prioridade, até porque os comboios de velocidade elevada cumprem também os objetivos, com velocidades na ordem dos 200 km/hora, «o que significa que em quatro horas cobrem 800 quilómetros», uma área apreciável.

«Sejamos racionais no desenvolvimento desta rede» transeuropeia, acrescentou o responsável.

O comissário garantiu, por isso, que «não há qualquer conflito com Portugal neste momento», até porque o país continuará a assegurar ligações importantes, no quadro da rede transeuropeia.

Em setembro do ano passado, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, já anunciara que a Comissão Europeia autorizou Portugal a aplicar os fundos que estavam destinados à alta velocidade ferroviária na ligação em bitola europeia dos portos portugueses ao resto da Europa.

«Desse ponto de vista, a posição que a Comissão Europeia já adotou, permitindo-nos substituir a alta velocidade por velocidade elevada, permitir-nos-á aplicar, sem perda de fundos comunitários, os investimentos que estavam previstos para a alta velocidade para aplicar nas mercadorias, na ligação em bitola europeia dos portos portugueses para o centro da Europa», referiu na altura Passos Coelho.

No entanto, esta tarde, Passos deixou claro aos jornalistas que o projeto do TGV «está arrumado», rejeitando «disputas semânticas». Isto depois de ontem, o Tribunal de Contas ter anunciado o chumbo ao contrato do troço Poceirão-Caia.

E se, Álvaro Santos Pereira, presente hoje no Conselho ministerial em Bruxelas, não quis comentar o assunto, já Madrid disse esperar pelos «planos» de Lisboa.

[Notícia atualizada às 19h30 com mais informação]
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