CAEM rejeita recursos da RTP e TVI. Estações lamentam

A Comissão de Análise de Estudos e Meios (CAEM) rejeitou ontem os recursos da RTP e TVI sobre a medição de audiências televisivas, bem como os pedidos de auditoria feitos pelas mesmas estações televisivas. A TVI e a RTP «lamentam» a decisão.

Em comunicado, a CAEM diz que rejeitou em assembleia-geral, «por maioria expressiva (85%) dos votos dos associados» o recurso da Media Capital (dona da TVI) e da RTP.

«Foi também rejeitada a proposta, igualmente feita pela Media Capital e RTP, de realização imediata de uma auditoria, vinculativa, ao sistema de medição de audiências de televisão da GfK, em Portugal», refere.

«A TVI lamenta profundamente as decisões hoje tomadas pela Assembleia-Geral da CAEM, no sentido de inviabilizar um pedido de auditoria ao serviço de audimetria prestado pela GfK, pedido esse formulado pela RTP e pela TVI», diz a estação privada em comunicado.

A empresa diz não compreender «as razões que levaram a esta decisão da CAEM, quando a TVI e a RTP estavam dispostas a suportar os custos com esta auditoria e de aceitar os seus resultados, quaisquer que eles fossem».

A TVI sublinha ser «líder de audiências tanto no painel da Marktest/Kantar Media, como no painel da GfK», pelo que «o único objetivo da TVI com o pedido de validação final é a aferição ¿ por um terceiro independente ¿ da implementação, ou não, de todas as correções impostas pela auditoria a esse serviço efetuada em meados de 2012».

«Esta verificação final é essencial para confirmar que não existem falhas no cumprimento das obrigações da GfK ¿ como indiciam alguns dados ¿ e necessária para a transparência e credibilidade de todo este processo», defende.

«Em conjunto com a RTP, a TVI representa metade do mercado de publicidade televisiva em Portugal», advoga, lamentando que «o papel e o peso no mercado da TVI, em conjunto com a RTP» tenham sido ignorados pela CAEM.

Considerando que a situação atenta «dos valores da transparência e credibilidade», a TVI promete não desistir «de procurar um sistema de autorregulação que funcione de forma justa e transparente ¿ seja este o sistema, ou seja outro».

Já a RTP, manifesta-se contra a decisão da CAEM e considera estar em causa a credibilidade nos serviços.

«A RTP não compreende a decisão tomada hoje pela CAEM de chumbar a proposta de análise e validação por uma entidade independente do Plano de Ação e Correção (PAC) levado a cabo pela GfK, bem como, as deliberações tomadas na Reunião da Direção de 22 de março», refere.

No documento, a estação pública sublinha que «sempre defendeu uma análise equitativa e equilibrada de todos os parâmetros que contribuem para o Serviço de Medição de Audiências e Televisão para que o mesmo represente, efetivamente, o atual e real universo da população portuguesa».

Para a RTP, continuam a existir, no painel da GfK, «dúvidas relevantes, nomeadamente no que respeita à segmentação etária e à dimensão dos agregados familiares».

A estação pública vai agora «avaliar o impacto desta decisão bem como as medidas» e espera que «a GfK se pronuncie sobre a sua posição face à realização de um processo de análise e validação do PAC, depositando forte esperanças na nova Direção da CAEM para a resolução séria e descomprometida deste importante tema».