Comparar gás natural com gás de botija é exercício sem sentido - TVI

Comparar gás natural com gás de botija é exercício sem sentido

Afirma o presidente da Galp Energia, Ferreira de Oliveira

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O presidente da Galp Energia mostrou-se esta terça-feira «surpreendido» com o alcance do estudo comparativo entre o gás de botija e o gás natural, considerando esta comparação um exercício sem sentido.

«Ficamos surpreendidos com o scope [alcance] do estudo. Comprar o gás natural com o gás de garrafa é um exercício que não tem sentido absolutamente nenhum. O gás de botija é um produto petrolífero e o gás natural é um produto da natureza», afirmou Manuel Ferreira de Oliveira, escreve a Lusa.

O presidente da Galp falava na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro trimestre da empresa, depois de ter sido questionado sobre o estudo da Entidade Nacional do Mercado de Combustíveis, divulgado a 23 de abril, que revelou uma diferença de quase 50% entre o preço do gás de botija e o gás natural.

«Não vi nenhuma surpresa, a forma como foi comunicado, não nos agradou», acrescentou.

Ferreira de Oliveira salientou que os preços do gás de botija «são muito dispersos ao longo do país» e que a «logística de vender gás de garrafa» implica mais custos.

O gestor disse que a Galp Energia tem cerca de cinco milhões de botijas em circulação e detém 5% do mercado.

Para o presidente da Galp Energia, «sempre existirá um mercado residual de gás de botija» e, «quanto menor for esse mercado, maior será o preço».

No estudo é referido que o consumo de gás de botija caiu 24% desde 2008 e apresenta um preço mínimo superior em 50% ao valor do gás natural, o seu principal concorrente.

Por outro lado, os preços praticados em Portugal não refletiram a «grande queda» do valor do gás registada desde dezembro de 2013, de 25%, no mercado internacional, o que os responsáveis pelo estudo não conseguem explicar com a informação disponível.

O lucro da Galp Energia caiu 37,9% no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período do ano passado, devido sobretudo a amortizações referentes ao complexo de hydrocracking em Sines, que transforma hidrocarbonetos de petróleo em gasolina.

A petrolífera registou um resultado líquido ajustado de 47 milhões de euros nos três primeiros meses do ano, menos 29 milhões do que no mesmo trimestre de 2013.
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