Decathlon investe 30 milhões em Setúbal

A Decathlon vai investir cerca de 30 milhões de euros num centro logístico em Setúbal. O futuro espaço, com abertura prevista para Outubro de 2012, «vai criar 420 postos de trabalho directos e 500 indirectos ao longo de três anos», nas palavras do director-geral da Decathlon, José Fonseca, que esta quarta-feira presidiu à cerimónia de lançamento da primeira pedra.

O novo centro logístico, que terá uma área de 30.000 m2, contará ainda com uma loja de venda ao público, também a construir.

Um projecto que mereceu os elogios do secretário de Estado adjunto da Economia, António Almeida Henriques, também presente na cerimónia, para quem é preciso «criar condições de riqueza e de postos de trabalho no país»: «É um projecto que vai empregar cerca de 1.000 pessoas que estiveram no desemprego e que encontram agora a sua oportunidade».



Também a autarca de Setúbal, Maria das Dores Meira, aplaudiu o projecto, garantindo que «tudo fará para que este centro cumpra o investimento». A presidente da câmara municipal, adiantou que vai investir dois milhões de euros na via P1, que vai ligar o prolongamento da auto-estrada à zona comercial de Montebelo, onde se situará no futuro espaço da Decathlon.

Decathlon pensou em construir em Espanha

O centro logístico da marca de vestuário e material de desporto, inserida na Oxylane, esteve para ser construído em Espanha, devido à demora no licenciamento, que levou quatro anos a ser realizado.

Um prazo demasiado longo, tanto para o responsável da Decathlon, como para o secretário de Estado. Por isso, António Almeida Henriques garantiu que, em 2012, o Executivo tudo fará para levar avante o programa «licenciamento zero», uma espécie de Via Verde para o investimento», nas suas palavras, para a simplificar negócios, reduzindo a burocracia e os encargos administrativos.

«Estamos a trabalhar nos diplomas para apresentar no início do ano. Espero que em 2012 Portugal seja associado, quer dentro do país quer no estrangeiro, como um país com menos custos de contexto», disse António Almeida Henriques.

Esta foi, aliás, uma das críticas de Basílio Horta, ex-presidente da AICEP, também presente na cerimónia, que, à Agência Financeira disse que este projecto «é o exemplo do que deve e não deve ser feito. Pois trata-se de investimento de qualidade que podíamos ter perdido por custos de contexto muito elevados».

Para Basílio Horta, Portugal não pode perder estas oportunidades de investimento estrangeiro, como aconteceu com a Nissan, que abandonou o projecto de produzir baterias para os seus carros eléctricos em Portugal. Algo «muito mau e gravíssimo» para o país.

Nova loja na Amadora abre em 2013

O objectivo da futura estrutura logística é abastecer as 22 lojas que a Decathlon tem em Portugal, contando com 1.200 colaboradores. Em 2013 está prevista uma abertura de uma nova loja no concelho da Amadora, como adiantou à Agência Financeira o director regional da empresa, Pedro Maçano.

O centro logístico, «um sonho tornado agora realidade», nas palavras de José Fonseca, contou com o apoio da AICEP, cujo presidente, Pedro Reis, aplaudiu a «perseverança» da Decathlon e criticou também os «atrasos burocráticos e processuais». O responsável garantiu, ainda, que «a AICEP estará sempre ao serviço do interesse público» para «mediar situações quando for preciso».

A nova estrutura vai albergar material das fábricas da multinacional de origem francesa, com mais de 600 lojas em todo o mundo, incluindo calçado, bicicletas e mesas de ping-pong feitas em território nacional. Aliás, para Pedro Maçano, director regional da marca, «em Portugal há muito espaço para crescer», prevendo que fechará 2011 com um volume de facturação superior aos 135 milhões de euros atingidos no ano passado.