Delphi: encerramento é «tsunami laboral e social. Governo tem de agir»

A comissão política distrital do PSD/Guarda classificou esta segunda-feira o encerramento da Delphi de «tsunami laboral e social» e exigiu do Governo a adopção de, pelo menos, três medidas «excepcionais» que ajudem a minimizar as «nefastas consequências» do fecho da multinacional de fabrico de cablagens para a indústria automóvel.

PSD preocupado, culpa Governo por falta de alternativas

«O Ministério da Economia deve, em primeiro lugar, comprar as instalações da Delphi e aí instalar, logo de seguida, um Centro Tecnológico com uma verdadeira incubadora de empresas sujeitas a um regime de isenção fiscal capaz de as atrair e fixar», exigiu João Prata, vice-presidente da distrital do PSD/Guarda, citado pela agência Lusa.

«Em segundo lugar, o Governo deve pôr em prática um programa especial de reconversão profissional dos trabalhadores despedidos, aumentando significativamente o envelope financeiro dos Centros de Novas Oportunidades».

A terceira exigência é que o poder central crie «um programa que facilite o acesso ao crédito bancário e ao QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) por parte dos desempregados, negociando com a banca condições particularmente competitivas, incentivando, por essas via, a iniciativa empresarial».

João Prata defende que «só assim o Governo e o PS demonstrarão que a Guarda também é Portugal e que os guardenses também são portugueses».

O mesmo dirigente, que também desempenha as funções de deputado na Assembleia da República e de presidente da Junta de Freguesia de S. Miguel, onde a Delphi está instalada, lembrou que o anúncio do fecho da fábrica lançará «famílias inteiras para o desemprego». E reconheceu que, com a desactivação da unidade «são recursos que se perdem, são empresas directamente dependentes da Delphi que vão fechar» e «é a população que se deslocaliza».

«Unidade de Castelo Branco é mais pobre em instalações»

O PSD também lamenta que a administração da empresa tenha optado pelo encerramento da fábrica da Guarda e anunciado a transferência da produção para Castelo Branco, quando aquela unidade é «mais pobre em instalações».

A fábrica Delphi na Guarda vai encerrar portas a 31 de Dezembro. No desemprego, vão ficar 321 trabalhadores. Desde o início do ano e até final de Maio, a fábrica despediu 601 pessoas, a maioria mulheres.