Douro Azul propõe negócio de mais de 100 ME para Estaleiros de Viana - TVI

Douro Azul propõe negócio de mais de 100 ME para Estaleiros de Viana

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Negócio consiste na construção de quatro navios-hotel

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A Douro Azul é a proponente de um negócio avaliado em mais de 100 milhões de euros que consiste na construção de quatro navios-hotel nos Estaleiros de Viana do Castelo para uma das maiores empresas de cruzeiros de rio do Mundo.

O presidente da empresa turística Douro Azul, Mário Ferreira, disse hoje à Lusa que a encomenda será oficializada assim que o financiamento estiver garantido, o que deve ficar definido na próxima semana.

«Reunimos com vários bancos, é um processo com oito a 10 meses de negociações. Esta semana um banco já aprovou e está a liderar o consórcio, falta o segundo banco aprovar. Se este aprovar nas mesmas condições que o primeiro, estaremos em condições para avançar e efetivar o negócio», referiu Mário Ferreira.

O cliente é o Grupo Viking Cruises que tem sede operacional em Basileia, na Suíça, e que opera essencialmente, nas bacias do Reno e do Danúbio, mas também no Nilo, no Volga e nos grandes rios da China.

«Eu vou fazer o trabalho de entregar, chave na mão, um navio para o estrangeiro, é esse serviço que eles querem. Por isso é que me encomendam a mim e não ao estaleiro, senão teriam de fazer toda a gestão do processo», sublinhou o empresário.

Mário Ferreira disse que «estes navios são muito complexos, exigem bastante gestão. Nós temos as equipas montadas e o conhecimento. Estamos, na prática, a vender esse conhecimento de gestão para poder cativar a possibilidade de exportarmos navios desta qualidade».

«Como em 2014/2015 não vamos construir novos navios para a Douro Azul temos que aproveitar as equipas que existem. A melhor maneira é dar-lhes trabalho e ganhar uma margem», frisou o empresário que se destaca pelo negócio dos passeios turísticos no Douro.

Esta experiencia que a Douro Azul foi desenvolvendo ao longo dos anos «provou que temos uma equipa que sabe construir navios e construir navios não é só a parte de aço e a parte técnica de estaleiro. É preciso todas as outras componentes, nomeadamente de decoração, equipamentos, móveis ou louça. Tudo produzido em Portugal. Há uma data de fornecedores portugueses que eu conheço e que estão desejosos de colaborar neste tipo de projeto porque além de ganharem dinheiro, estes navios são montras dos seus produtos para o mundo», sublinhou.

«Depois de reunir todo o know-how achei que estávamos com capacidade para dar o passo seguinte e o passo seguinte foi o desafio a esta grande empresa, a maior empresa de cruzeiros de rio do mundo que tem 52 navios a navegar em todo o mundo, com 135 metros», disse, referindo que a Viking Cruises aceitou o desafio depois de conhecer «a qualidade da produção» dos navios da Douro Azul.

Dos quatro navios, dois deverão ficar concluídos em 2016 e os restantes em 2017.

Em declarações quinta-feira à Lusa, fonte oficial da West Sea, criada pelo grupo Martifer, disse que quer assumir a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo a 02 de maio já com uma carteira de encomendas de reparação e construção naval, mas não se quis pronunciar sobre este negócio que é hoje referido no Jornal de Notícias.
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