Fabrico de carros baixa 17,6% em Portugal - TVI

Fabrico de carros baixa 17,6% em Portugal

Agência Financeira

Se ritmo de produção foi bem menor em junho, o de vendas, então, foi muito pior

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A compra de carros está a travar a fundo e o fabrico de automóveis está a acompanhar essa tendência. A produção baixou 17,6% nas fábricas portuguesas, no mês de junho. Estamos a falar de fábricas como a Volkswagen Autoeuropa, PSA Peugeot Citroën ou Mitsubishi.

«Esta variação homóloga foi determinada pelo decréscimo da produção de veículos ligeiros e, em particular, pelo diminuição registada no segmento dos ligeiros de passageiros», revela a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), em comunicado. No total, foram produzidos 13.907 veículos, sendo que ligeiros de passageiros foram 10.111(-20,1%), comerciais ligeiros foram 3.377 (-9,7%).

Já os veículos pesados contrariam a tendência, com um aumento de 6,1% para 419 unidades.

«Do total de veículos produzido em Junho de 2012, destinaram-se à exportação 13.775 veículos, ou

seja, 99,1% da produção nacional o que representa menos 17,2% do que os veículos exportados no

mês homólogo do ano anterior», nota ainda a ACAP.

Se o ritmo de produção de carros foi bem menor em junho, o de vendas, então, foi muito pior, com a comercialização de automóveis ligeiros a cair 37%.

Produção na Peugeot Citroën cai 11,2%

Só a fábrica de Mangualde da Peugeot Citroën, que detém 25,7% de quota de mercado em Portugal, registou uma quebra de produção de carros de 11,2% até junho.

A unidade portuguesa do grupo francês produziu menos 3.144 carros no primeiro semestre do que no mesmo período no ano passado, passando dos 28.037 para os 24.893 de janeiro a junho deste ano.

Dados que surgem no dia em que a Peugeot Citroën anunciou que vai cortar 8.000 postos de trabalho em França.

O diretor da Peugeot Portugal acusou hoje o Governo de ter deixado o setor numa situação «catastrófica», porque sabia perfeitamente que, ao aumentar a carga fiscal sobre os automóveis, estaria a condenar a aquisição de carros, impulsionando a quebra das vendas para metade.

«Temos a carga fiscal das mais fortes da Europa e se relativizar pela paridade de poder compra, temos os automóveis mais caros da Europa». «Com este clima instituído é natural que uma das primeiras reações do consumidor é travar a fundo».

O balanço genérico do setor relativo à primeira metade do ano feito pela ACAP é igualmente negativo, exclusivamente por «culpa» dos automóveis ligeiros. Registou-se uma quebra de 4,6% na produção, com um total de 96.921 veículos fabricados (67.582 ligeiros, -10,6%; 26.511 comerciais ligeiros, +11,4%; e 2.828 pesados, +26,3%).

«A evolução negativa da produção automóvel ao longo deste primeiro semestre de 2012 pode, de

alguma forma, ser explicada pelo facto de no período homólogo de 2011, que é a base de

comparação, a produção ter registado um fortíssimo crescimento da ordem dos 47%, em termos

mensais (junho), e dos 33%, em termos acumulados (janeiro a junho)», nota a ACAP.

Na primeira metade do ano foram exportados 95.001 veículos, menos 5% Por países de destino, a UE-27 absoveu 71,8% do total destas exportações. À Alemanha chegaram 23%, a França 15,8%, e ao Reino Unido 7,3%.

A Federação Europeia das Associações de Empresas de Leasing e de Renting anunciou entretanto que a produção financiada através de leasing caiu 38,04% em Portugal o ano passado face a 2010.
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