Facebook sabe mais que a CIA - TVI

Facebook sabe mais que a CIA

Estudante conseguiu provar que há mais informações na rede social sobre cada um de nós, a maioria dada «voluntariamente», do que os serviços secretos americanos conseguem obter

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O Facebook (FB) tem mais acesso a informações privadas sobre uma pessoa que tenha uma conta na rede social do que os serviços secretos americanos, em meses de investigação. A conclusão, tornada pública, veio de um estudante austríaco de direito, Max Schrems.



Há poucos meses, Schrems pediu aos responsáveis do FB que lhe enviassem toda a documentação que tinham sobre ele, depois de ter encerrado a conta que tinha na rede social desde 2008. A empresa enviou-lhe um CD com toda a informação guardada ao longo dos mais de três anos de atividade e que resultou em 1.222 páginas impressas. Foi quando a sua batalha pela privacidade começou.

Schrems detetou 22 violações da lei. Havia informação que nunca quis partilhar, como a sua localização geográfica, mas que estava registada e que terá sido calculada pelo seu endereço IP. O estudante apresentou queixa no regulador irlandês, onde fica a sede europeia do FB, o que levou a que os responsáveis da rede social se comprometessem a mudar a forma como lidam com os dados das 854 milhões de contas.

Entretanto, a empresa concordou em reduzir a quantidade de tempo que mantém sobre os dados das atividades de um utilizador no site para menos de um ano. Bem como as consultas digitadas no campo de busca do FB, que são eliminadas num prazo de seis meses, em conformidade com a legislação europeia.

Agora, Schrems tem um site a partir do qual já levou mais de 40 mil utilizadores a pedirem ao FB que mostre toda a informação pessoal que tem sobre cada perfil.

A teoria do Big Brother

Mas há um lado obscuro na história de sucesso que foi se espalhando por toda a blogosfera. Uma complexa teoria da conspiração Big Brother que liga o Facebook à CIA (Central Intelligence Agency) e ao Departamento da Defesa dos EUA.

A história começa quando o ex-CEO da Paypal, Peter Thiel, financiou o FB com 500 mil dólares. Logo a seguir, chegaram mais 12,7 milhões de dólares da Accel Partners. O responsável desta empresa, James Breyer, tinha sido presidente da National Venture Capital Association e esteve no conselho com Gilman Louie, CEO da In-Q-Tel, uma empresa de capital de risco homolgada pela CIA, em 1999. Uma das áreas chave da empresa é a das «tecnologias de inspeção de dados».

Já Anita Jones ingressou na empresa, onde estava Gilman Louie, a In-Q-Tel e, entre outras, foi assessora do Secretário de Defesa norte-americano e supervisora da Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA), que é responsável pelo desenvolvimento de alta-tecnologia.

Foi, nesta altura, que um jornalista questionou o papel do «Information Awareness Office» (IAO) da DARPA.

Isto porque o IAO «tem a missão declarada de reunir tanta informação quanto possível sobre todos, num local centralizado, para consulta fácil do governo dos Estados Unidos, incluindo todas as atividades da internet, histórico dos cartões de crédito, compras de bilhetes nas companhias aéreas, aluguer de carros, registos médicos, historial académico, historial de condutor, contas bancárias, declarações fiscais e quaisquer outros dados disponíveis».

Sem surpresa, os defensores das liberdades civis não tardaram a reagir, o que levou o Congresso a fazer uma investigação sobre a atividade do IAO que perdeu, de imediato, o financiamento.

Nesta sequência, os apoiantes da teoria da conspiração citam o FB como a nova máscara do IAO.

Os mesmos exemplificam os termos de utilização da rede social e a sua política de privacidade: «O FB também pode recolher informações sobre si de outras fontes, tais como jornais, blogs, serviços de mensagens instantâneas e outros utilizadores do serviço FB através da operação do serviço (ex.: tags, fotos, etc) a fim de lhe fornecer informações úteis e uma experiência mais personalizada. Ao usar o Facebook, concorda com a transferência e processamento dos seus dados pessoais.»

É a CIA quem está por trás do financiamento e crescimento gigantesco da maior história de sucesso do ponto com? Talvez...
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