Gigantes tecnológicas despedem milhares em todo o mundo - TVI

Gigantes tecnológicas despedem milhares em todo o mundo

Agência Financeira

Crise ensombra setor. Só Siemens, Nokia, Motorola, HP e Yahoo! vão cortar quase 80 mil postos de trabalho

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Se, num primeiro momento, o setor garantiu ser capaz de fazer frente à crise económica - tendo sido mesmo considerado o mais resiliente pela União Internacional de Tecnologia, em setembro de 2011 -, a verdade é que as empresas já mostram claros sinais de abalo, com dezenas de milhares de trabalhadores a verem o seu lugar posto em xeque.

A Sony, por exemplo, já tem um rígido plano de contenção depois de ter alcançado um prejuízo recorde de 4,6 mil milhões de euros no ano fiscal terminado em março. É o quarto ano consecutivo de contas no vermelho. A gigante japonesa anunciou agora o despedimento de 10 mil funcionários em todo o mundo, mil só na Suécia.

Ao mesmo tempo, pretende reduzir os salários dos seus diretores e do próprio presidente executivo, Kazuo Hirai, segundo anunciou o porta-voz da empresa, citado pela Bloomberg, sem ter adiantando, no entanto, o valor do corte.

Mas há mais. Também a Siemens e a Nokia vão despedir: dez mil trabalhadores, cada. No caso da Siemens, os despedimentos já arrancaram e o plano ficará terminado neste outono. Uma resposta aos 3,3 mil milhões de euros de lucros, menos 35 por cento do que no ano passado.

O mesmo número de despedimentos, a nível mundial, foi anunciado pela Nokia, numa redução que deverá ficar fechada no final de 2013.

«Estas reduções são uma consequência difícil das ações previstas que acreditamos serem necessárias para garantir a competitividade da Nokia a longo prazo», justificou o presidente executivo da empresa, Stephen Elop.

Desde setembro de 2010, a Nokia já despediu mais de 40 mil efetivos, um plano que inclui também reestruturações no valor de mil milhões de euros.

Neste cenário, a Nokia Siemens Network, uma «joint-venture» de ambas as empresas, também apresenta sintomas da crise: eliminou 3.500 postos de trabalho, como resultado do encerramento de um contrato de serviços na América do Sul.

Quem também prepara fortes despedimentos é o gigante Google: menos quatro mil trabalhadores na recém-adquirida Motorola Mobility Holding, o que corresponde a perto de 20% dos efetivos da empresa, segundo a Bloomberg. Dois terços serão fora dos EUA e, por agora, falta saber se esta vaga de despedimentos atingirá o nosso país.

O objetivo do Google é retirar a Motorola de «mercados não rentáveis», tendo prometido compensar os funcionários afetados com «generosas compensações».

No leque das empresas de Internet, a Yahoo! também não escapa: vai eliminar dois mil postos de trabalho, com a intenção de tornar a empresa «mais pequena, ágil e rentável».

Mais elevado é o número pensado pela HP: 30 mil trabalhadores em todo o mundo, cerca de 10% dos efetivos, serão despedidos até 2014. O número, avançado pelo «Wall Street Journal», foi confirmado pela gigante tecnológica que garantiu, no entanto, que, a maioria, são reformas antecipadas.

O objetivo da empresa é poupar cerca de 3,5 mil milhões de euros, depois dos lucros da HP terem caído 31 por cento e as receitas terem deslizado três por cento no segundo trimestre do ano, face ao mesmo período de 2011.

Contas feitas, só estas sete gigantes tecnológicas vão despedir 76 mil funcionários em todo o mundo.
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