Governo e bancos acordam redução de spreads para PME - TVI

Governo e bancos acordam redução de spreads para PME

Novas condições da linha PME Crescimento 2013 foram acordadas num encontro entre APB e ministros da Economia e Finanças

O Governo e a Associação Portuguesa de Bancos (APB) chegaram esta sexta-feira a acordo para reduzir os spreads máximos praticados pelos bancos na linha PME Crescimento 2013.

O acordo foi alcançado após uma reunião, que decorreu no Ministério das Finanças, entre a APB e os ministros das Finanças e da Economia.

A linha de crédito para Pequenas e Médias Empresas (PME) já permitiu conceder crédito no valor de aproximadamente 560 milhões de euros, em mais de 7.000 operações, revelam o Governo e a APB em comunicado conjunto.

Com este novo acordo, os spreads máximos vão baixar em 0,875 pontos percentuais no segmento de empresas com menor risco (PME Líder) e 0,781 pontos percentuais no segmento de micro e pequenas empresas.

«É importante destacar que esta alteração fixa máximos para esta linha. Espera-se que a prática de concorrência entre bancos permita que as empresas com melhores perspetivas de negócio e com menor risco de crédito possam obter taxas de juro inferiores a esses máximos», refere o comunicado

Ao mesmo tempo, foi acordado o aumento dos máximos para os períodos de carência e prazos de empréstimos.

«Sem prejuízo de se considerar a vantagem da rotação de crédito, os prazos de empréstimo máximos foram aumentados de quatro para seis anos para as micro e pequenas empresas, e nos restantes casos de seis para nove anos. Os períodos de carência de capital foram aumentados de seis meses para 12 meses para as micro e pequenas empresas, e nos restantes casos de 12 para 24 meses», concluem.

A melhoria das condições aplica-se apenas às operações ainda não contratadas, o que, de acordo com o comunicado, equivale a cerca de 1,4 mil milhões de euros.

As novas condições aplicam-se à linha de financiamento PME Crescimento, à qual se juntará a criação de uma nova linha de crédito, a PME Exportações, no valor de 500 milhões de euros. «Este instrumento facilitará as necessidades cíclicas de tesouraria das empresas exportadoras. As encomendas firmes junto de outros mercados passam a ter um novo suporte financeiro que vem colmatar as restrições de crédito sentidas na captação de financiamentos junto do sector financeiro. Os spreads máximos a praticar estão ainda em fase de negociação», conclui o documento.

Numa conferência posterior promovida pela CGD, o ministro da Economia considerou que, agora, os empresários têm condições para investir. Afirmando que o Governo e os bancos estão «a dar o exemplo», o ministro apelou a que as empresas portuguesas diversifiquem as suas fontes de financiamento.

Na mesma conferência esteve também presente o ministro das Finanças. Vítor Gaspar preferiu destacar o consenso conseguido em torno do Crédito Fiscal Extraordinário às empresas que reinvistam, medida aprovada esta sexta-feira no Parlamento com o voto do PSD e CDS-PP mas também do PS, e a abstenção dos demais partidos.

É «um sinal extraordinariamente importante do consenso que existe em Portugal sobre a importância do investimento», e da necessidade de «reforçar a competitividade fiscal da economia portuguesa», considerou Gaspar.

Para o ministro, a votação de hoje «é um bom prenúncio da estabilidade fiscal».

O ministro das Finanças disse ainda querer que a CGD «assuma plenamente o papel de liderança» no sistema bancário e na concessão de crédito às empresas para a criação de investimentos produtivos.

«A Caixa tem um papel fundamental, tem acesso a níveis adequados de liquidez e tem mantido uma grande confiança dos seus clientes e depositantes», acrescentou. «Desejamos que a CGD assuma plenamente o papel de liderança do sistema bancário e na canalização de poupanças disponíveis para o investimento produtivo».

«Chegou o momento do investimento. Portugal tem melhores condições de financiamento e é crucial que estas melhores condições de financiamento sejam transmitidas às empresas».
Continue a ler esta notícia