Grécia exige condições aos credores privados - TVI

Grécia exige condições aos credores privados

Primeiro-ministro grego, Georges Papandreou, numa cimeira decisiva para a Grécia

Extensão dos prazos de pagamento da dívida condicionada à participação de 90% dos credores privados

Relacionados
Esta é uma altura crítica para a Grécia, com a Zona Euro a ter de se reunir para determinar as garantias do país à Finlândia, um dos credores mais exigentes, que ameaça comprometer o segundo resgate financeiro do país. Mas Atenas também tem condições a impor aos credores privados, uma vez que é ela que terá de cumprir um programa de austeridade e quer conseguir honrar os seus compromissos.

Se os credores estão dispostos a estender o prazo de pagamento da dívida, tanto melhor, mas Grécia condicionou esta sexta-feira o plano de extensão (o chamado rollover à participação mínima de 90% dos privados.



Em carta enviada aos ministros das Finanças da zona euro, e que a bolsa grega hoje divulgou, Atenas informa que «se não se cumprir [esse] patamar, a Grécia não participará em nenhuma parte da transacção», que é parte essencial do segundo plano que a Zona Euro aprovou para resgatar as finanças públicas gregas, cita a Lusa.

A extensão dos prazos de pagamento foi uma das medidas que os chefes de Estado e de governo da Zona Euro aprovaram a 21 de Julho, numa cimeira de emergência para dar luz verde a um segundo pacote de resgate à Grécia, que ronda os 160 mil milhões de euros entre 2011 e 2014, dos quais 50 mil milhões vêm do sector privado.

Deste total de 50 mil milhões, bancos, seguradoras e outras instituições financeiras aceitam receber só 37 mil milhões, enquanto 12,6 mil milhões financiarão um programa de recompra de dívida pública grega.

Ao abrigo deste segundo pacote de resgate, bancos e companhias de seguros que possuam títulos de dívida terão de os trocar por outros com maturidades mais longas, sendo uma forma de Atenas ganhar mais tempo para recuperar as suas finanças.

Para financiar os 37 mil milhões, os privados podem escolher a troca por obrigações a desconto e maturidades a 15 e 30 anos, ou trocar os títulos que detêm por novos títulos, assim que os actuais cheguem ao prazo de vencimento.

A carta que a Bolsa de Atenas hoje divulgou segue-se a um atraso da Grécia no envio às instituições financeiras da proposta formal de troca de obrigações, que causou rumores de que o governo grego não tinha congregado apoios suficientes para a participação voluntária no programa.

O ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, afirmou a 19 de Agosto que o programa de troca de obrigações para concretizar a extensão do prazo de pagamentos não deverá acontecer antes de Outubro, porque os privados estão a espera de garantias dos Estados da Zona Euro.
Continue a ler esta notícia

Relacionados

EM DESTAQUE