Greve: CP diz que 68% dos comboios foram suprimidos - TVI

Greve: CP diz que 68% dos comboios foram suprimidos

Nos comboios urbanos de Lisboa «quase não se notou» a paralisação

A CP anunciou esta quarta-feira que 68 por cento dos comboios programados para esta manhã não circularam devido à greve. Já nos urbanos de Lisboa «quase não se notou» a paralisação.

«Terminada a hora de ponta, o nível de supressão foi de 68%, tendo sido realizados 32% dos comboios programados. Destaco os comboios urbanos de Lisboa que conseguiram realizar quase 50% dos comboios programados e pouco se notou a greve», afirmou à Lusa a porta-voz da CP, Ana Portela.

Na linha de Lisboa-Cascais, os comboios circularam «quase normalmente» esta manhã, «de 15 em 15 minutos», segundo a mesma fonte.

No Porto, adiantou Ana Portela, a situação foi diferente. Cerca de 90% dos comboios urbanos foram suprimidos. «Não se realizou nenhum comboio alfa-pendular e só dois intercidades circularam, o que indica ter havido cerca de 77% de supressões», adiantou.

Quanto aos regionais, foram suprimidos cerca de 80% dos comboios programados.

Maquinistas desempenharam funções dos revisores

«Os bons resultados conseguiram-se graças ao empenho dos trabalhadores que não fizeram greve», afirmou Ana Portela, admitindo que também segundos maquinistas têm desempenhado as funções de controlo dos revisores, mas que tal situação é legítima e legal.

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, um dos dois que promove esta greve (juntamente com a associação sindical das chefias intermédias de exploração ferroviária) refere terem sido hoje afectados entre 83 e 85% dos comboios programados pela CP.

«A adesão à greve foi total. Alguns comboios circularam mas com trabalhadores que não são da carreira comercial», afirmou o dirigente sindical Luís Bravo, admitindo não haver ilegalidade da empresa nesta opção.

Segundo este sindicalista, a CP «está a pressionar muito os trabalhadores que nunca fazem este tipo de serviço», o dos revisores, para regularizar o acompanhamento dos comboios como segundos maquinistas.

«É vergonhosa a forma como a empresa está a agir e só mostra a má fé da CP a lidar com este processo», acusou Luís Bravo.

Os trabalhadores comerciais da CP, em que se incluem os revisores, entraram em greve às 00h00 desta quarta-feira, em protesto contra os cortes salariais.
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