Jovem brasileiro põe iPhone 4S a «falar» português - TVI

Jovem brasileiro põe iPhone 4S a «falar» português

Aparelho está disponível nas lojas apenas em inglês, francês e alemão

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Um jovem brasileiro de apenas quinze anos passou a perna à gigante norte-americana Apple, ao conseguir adaptar o iPhone 4S para entender português.

«Como a Apple sempre esquece do Brasil quando lança algum produto desse tipo, achei que seria uma oportunidade legal de tentar mudar isso», afirmou Pedro Franceschi à agência Lusa.

O aparelho, que começou a ser vendido nas lojas brasileiras em Dezembro passado, está disponível apenas em inglês, francês e alemão.

A ideia, segundo Pedro Franceschi, partiu de uma conversa com os amigos, uma vez que eles próprios são utilizadores do iPhone 4S e sentiam falta de poder utilizá-lo na sua língua.

De maneira simplificada, o jovem explica que a adaptação foi feita a partir da interceptação da comunicação entre o dispositivo de voz do iPhone, conhecido como Siri, e os servidores da Apple.

Para tal, o jovem programador utilizou o aplicativo Dragon Dictation, que também transcreve dados de voz, mas que já entende português.

«Basicamente, o áudio é interpretado utilizando o aplicativo Dragon Dictation, da Nuance. Depois é traduzido e regravado em inglês e então é enviado de volta para a Apple, simulando uma consulta feita em inglês a Siri», a assistente pessoal de voz, explica modestamente o estudante.

Segundo Pedro Franceschi, a solução foi encontrada após três dias de tabalho árduo e duas noites sem dormir. O mais difícil foi decifrar os protocolos de comunicação trocados entre a Apple e o iPhone 4S.

Esta invenção ainda não está disponível para os utilizadores, mas deverá passar a estar em breve.

«No momento não é possível disponibilizá-lo sem o Jailbreak

(dispositivo que desbloqueia o aparelho para permitir a instalação de outros programas, que não os da Apple). Quando o Jailbreak do iPhone 4S for lançado, disponibilizarei a Siri em português, para todos os utilizadores do 4S», garante.

Como utilizou tecnologias que são patenteadas (da Dragon Dictation, por exemplo), Pedro explica que a única parte de seu trabalho possível de ser registável seria o algoritmo de comparação de áudios, criado por ele.

O jovem responsável pela façanha afirma, no entanto, que não possui qualquer interesse em registar patentes de inventos seus, por questões ideológicas.

«Acho que o conhecimento é livre e patentear software não é uma alternativa interessante para monopolizá-lo», enfatiza.

Desde a divulgação de sua descoberta, o jovem autodidata, que programa desde os oito anos de idade, passou a ser procurado por várias empresas, com ofertas de trabalho. Nenhum delas, no entanto, o fez sair, até ao momento, da empresa de programação onde já trabalha.

Contactada pela Lusa, a Apple informou que não comentaria a invenção de Pedro Franceschi.
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