Lucro da RTP mais do que duplica em 2014 para 38,2 ME - TVI

Lucro da RTP mais do que duplica em 2014 para 38,2 ME

Alberto da Ponte (Lusa/Mário Cruz)

Contribuição para o audiovisual atingiu 164,9 milhões de euros, um aumento de 8,6% face a 2013. Contas relativas ao ano passado são da responsabilidade da administração liderada por Alberto da Ponte, uma vez que o atual Conselho de Administração só entrou em funções no início de fevereiro último

O lucro da RTP subiu 146,2% no ano passado, face a 2013, para 38,2 milhões de euros, segundo o relatório e contas de 2014 a que a Lusa teve hoje acesso.

«O aumento do resultado líquido fica a dever-se significativamente à função financeira positiva de 40,2 milhões de euros», refere a empresa no documento.


Juntando o resultado operacional de 1,6 milhões de euros à função financeira positiva, estes dois indicadores «justificaram um resultado líquido positivo de 38,2 milhões de euros, largamente acima dos valores de 2013», adianta a RTP.

No ano passado, a RTP gastou 13 milhões de euros em rescisões.

As contas relativas a 2014 são da responsabilidade da administração liderada por Alberto da Ponte, uma vez que o atual Conselho de Administração só entrou em funções no início de fevereiro último.

Os rendimentos operacionais, que são constituídos por fundos públicos (contribuição para o audiovisual [CAV]) e receitas comerciais, caíram 9% para 213,5 milhões de euros.

Os fundos públicos registaram uma redução de 29,3 milhões de euros, ou seja, menos 15,1% face a 2013.

«Esta variação deveu-se, sobretudo, à eliminação da indemnização compensatória de 42,3 milhões de euros, só parcialmente compensada em 2014 com o aumento do valor da contribuição para o audiovisual», refere a empresa.


A CAV atingiu 164,9 milhões de euros, um aumento de 8,6% face a 2013 (mais 13 milhões de euros), e as receitas comerciais cresceram 20,6% para 48 milhões de euros.

Os gastos operacionais aumentaram 0,7% (1,6 milhões de euros), para 211,9 milhões de euros, resultante do «aumento dos custos de grelha, que cresceram 15,7 milhões de euros», justifica a empresa.

Os custos de grelha subiram 22,9% para 84,1 milhões de euros no ano passado.

Em relação aos gastos com pessoal, estes recuaram 4,9 milhões de euros «devido ao efeito das rescisões efetuadas por mútuo acordo», uma quebra de 6% para 75,8 milhões de euros.

No FSE (Fornecimento de Serviços Externos), «o custo de partilha de receitas dos passatempos (IVR) de 2,6 milhões de euros, que propiciaram receitas de 6,9 milhões de euros, explicam a variação do FSE de 2013 para 2014 no valor de 2,2 milhões de euros».


Os fornecimentos de serviços subiram 6,3% para 37,9 milhões de euros.

As provisões diminuíram 86,8% (11,6 milhões de euros) para 1,8 milhões de euros, refere a RTP, que adianta que, «ainda assim, foi reforçada em 5,2 milhões de euros a provisão por complementos de reforma, pré-reforma e cuidados de saúde dos aposentados, decorrente do impacto de perdas atuariais».

O resultado operacional recuou 93,9% para 1,6 milhões de euros, e o cash flow operacional/EBITDA (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) registou um «significativo decréscimo» de 73,7%, ou seja, de 34,7 milhões de euros, para um total de 12,4 milhões de euros.

«No que se refere ao investimento realizado, verifica-se um crescimento face ao ano anterior superior a 300%, apesar de se verificar uma forte contenção das despesas de investimento. Por essa razão, os investimentos correntes do exercício de 2014 situaram-se abaixo do valor das amortizações anuais», adianta.


Os investimentos atingiram 5,8 milhões de euros em 2014, o que compara com 1,4 milhões de euros um ano antes.

A RTP destaca ainda o «acréscimo de 49,2 milhões de euros na função financeira, resultado do ganho gerado pelo valor ‘mark to market’ do veículo financeiro Eurogreen (44,2 milhões de euros)».

O endividamento bancário da RTP recuou 29,4% (39,9 milhões de euros) para 96 milhões de euros, o que resultou, «sobretudo, da redução de valor do veículo financeiro Eurogreen de 44,1 milhões de euros, e pelo acréscimo de utilização das linhas de crédito de curto prazo de 5,8 milhões de euros, face a 10 milhões de euros de utilização em 2013».


 

 
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