Lucro do BES cai 85,7% no primeiro semestre

O lucro do BES derrapou 85,7% no primeiro semestre deste ano para 25,5 milhões de euros.

Este resultado, que foi divulgado há momentos no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), compara com os 178,6 milhões de euros alcançados na primeira metade de 2011.

O balanço apresentado, embora bastante inferior ao do ano passado, ficaram acima das estimativas dos analistas, que apontavam para um resultado de 22,6 milhões de euros entre janeiro e junho.

Já o lucro antes de impostos baixou 15,5% para 205,7 milhões de euros.

«A actividade e resultados do Grupo BES no 1º semestre continuaram a ser fortemente condicionados pelas incertezas acerca do futuro da Zona Euro e pelo Programa de Ajustamento Financeiro que Portugal acordou com a UE, FMI e BCE. A recessão económica doméstica, o encerramento de muitas empresas, o aumento do desemprego e consequente aumento do risco, continuaram a exigir uma política de forte provisionamento», explica o banco liderado por Ricardo Salgado.

No mesmo comunicado, adianta que «os atuais níveis de desemprego e de recessão económica exigem a manutenção de elevados custos com o provisionamento para crédito: o reforço do semestre situou-se em 352,0 milhões de euros (+15,2%) e a carga de provisionamento passou para

1,38% (ano de 2011: 1,17%) fazendo elevar o saldo de provisões em balanço para 2.435 milhões de euros (+23%)».

A atividade internacional acabou por minimizar os maus resultados decorrentes da atividade do banco em território português, que registou perdas de 52,7 milhões de euros, quando no primeiro semestre de 2011 tinha alcançado os 95,1 milhões.

Certo é que, também lá fora, o negócio foi «condicionado negativamente pela crise financeira». Registou-se uma redução da atividade em algumas das unidades do grupo,

designadamente em Londres e Nova Iorque. De qualquer modo,

«o produto bancário internacional apresentou um aumento de 5,5% e o resultado atingiu 78,2 milhões de euros, equivalente a uma redução de apenas 6,3%».

Quanto aos depósitos, registaram um aumento homólogo de 793 milhões de euros (+2,5%), ao passo que a carteira de crédito bruto diminuiu 525 milhões (-1,0%).

«No trimestre, deu-se uma redução na atratividade dos depósitos levando os aforradores a procurar outros produtos de poupança com maior retorno».

Dá ainda conta o BES de que, em junho, a posição líquida devedora do grupo junto do BCE era de 13,7 mil milhões de euros, dos quais 10,2 mil milhões com maturidade superior a 1 ano. «O aumento verificado desde 31 de Dezembro de 2011 resulta, em boa parte, do facto de se ter reembolsado no

primeiro semestre 3,3 mil milhões de euros de dívida de médio longo prazo nos mercados internacionais».