Lucro dos CTT cai 9% para 50,7 milhões de euros em 2012 - TVI

Lucro dos CTT cai 9% para 50,7 milhões de euros em 2012

Crise afetou todos os negócios, intensificando os efeitos da substituição tecnológica e da não atualização de preços

Os lucros dos CTT recuaram 9,1% no ano passado, face a 2011, para 50,7 milhões de euros, enquanto os resultados operacionais aumentaram, apesar de ambiente económico adverso, anunciou a empresa.

As receitas operacionais, que incluem as vendas e serviços prestados e outros rendimentos operacionais, caíram 6,5% para 711,6 milhões de euros.

«A par das pressões estruturais sobre o setor (impacto do uso de novas tecnologias de comunicação) e do ambiente económico adverso, a liberalização gradual do mercado e a pressão para a redução de gastos nos grandes clientes empresariais estiveram na base desta redução dos rendimentos», explicam os CTT - Correios de Portugal, citados pela Lusa.

De acordo com a empresa, «o impacto da crise económica e financeira fez-se sentir em todos os negócios, intensificando os efeitos da substituição tecnológica e da não atualização de preços no caso do Correio, cujos rendimentos recuaram 6,7%» para 477,8 milhões de euros.

O Correio Expresso também foi afetado, com as vendas a recuarem 4,3% para 126,5 milhões de euros.

«Os rendimentos destes dois negócios representaram, no final de 2012, 85% dos rendimentos consolidados».

Os CTT - Correios de Portugal apontam que as atividades internacionais do serviço Expresso, em Espanha e Moçambique, tiveram maior dinamismo no ano passado, onde o negócio da empresa CORRE obteve um aumento de 42%, em contra-ciclo com a «tendência de queda verificada no mercado doméstico».

Os Serviços Financeiros foram o segmento de negócio que menos caíram (- 2,9% para 54,3 milhões de euros), «resultante da evolução política observada nos serviços financeiros postais dos CTT, em particular ela introdução do novo serviço de cobrança de portagens e pela comercialização de seguros de capitalização muito competitivos que compensaram quedas nos serviços de maior maturidade como, por exemplo, o de vales postais».

O resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) cresceu 6,1% para 110 milhões de euros e o resultado operacional (EBIT) aumentou 8,1% para 81,7 milhões de euros, «apesar da conjuntura adversa», referem os CTT em comunicado.

As margens EBITDA e EBIT ficaram em 15,5% e 11,5%, «níveis superiores aos do ano anterior», adiantam.

«Esta evolução dos resultados ocorreu porque o decréscimo de rendimentos em 2012 foi mais do que compensado pela redução de gastos, redução esta resultante das medidas tomadas no âmbito do programa de redução de custos dos CTT e dos impactos das alterações resultantes das leis de Orçamento do Estado de 2011 e 2012», acrescentam.

Os gastos operacionais, excluindo imparidades, provisões, depreciações e gastos não recorrentes, recuaram 8,5% para 601,6 milhões de euros, «refletindo o abrandamento da atividade operacional, as medidas tomadas para redução dos custos e os impactos das alterações» do Orçamento do Estado.

O programa de redução de custos dos CTT tinha como objetivo a redução até ao final do ano passado, face a 2009, de 103 milhões de euros (-15%) dos custos com fornecimentos e serviços externos e com pessoal.

«O programa foi cumprido, tendo-se conseguido uma redução relativamente a 2009 de 110,1 milhões de euros (-16%), superior ao compromisso», garantem.

O presidente da empresa, Francisco de Lacerda, afirmou em conferência de imprensa que o processo de privatização arranca durante o segundo trimestre e manifestou-se convicto de que os prazos vão ser cumpridos.

Questionado sobre se o projeto do Banco Postal está abandonado, Francisco de Lacerda lembrou que esta é «uma história antiga» e garantiu que os CTT estão «claramente apostados em desenvolver toda a atividade dos serviços financeiros».

«Somos muito ativos no que tem a ver com poupança, pagamentos, cobranças e estamos a alargar o número de produtos e serviços. A questão de vir a avançar [com o Banco Postal] é uma questão que ainda não está em cima da mesa no sentido de poder vir a ser discutida».
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