Luxo: salão de Genebra ignora crise e apresenta carros de 3 milhões - TVI

Luxo: salão de Genebra ignora crise e apresenta carros de 3 milhões

McLaren, Ferrari e Lamborghini: aqui há automóveis para tudo. Certame já arrancou e estará aberto ao público até 17 de março

O Salão de Genebra, que abriu esta terça-feiras as suas portas, apresenta novos produtos e carros de luxo que chegam a custar 3 milhões de euros, parecendo ignorar a crise no mercado europeu.

A 83ª edição estará aberta ao público até 17 de março, quinta-feira, e será marcada por modelos de luxo que não conhecem a crise. McLaren, Ferrari e Lamborghini revelam modelos que custam entre um e três milhões de euros, mas o evento será dominado, ainda assim, por um 2012 marcado pela queda nas vendas do setor no Velho Continente e pelas fortes reestruturações na produção, preocupações que se mantêm atuais um ano depois.

As matrículas de automóveis novos na União Europeia caíram 8% em 2012 para 12 milhões de unidades e, para este ano, os construtores não esperam um declínio tão forte, apesar da queda contínua desde janeiro, adianta a AFP.

Em fevereiro, as vendas em França caíram 12,1%, enquanto em Itália atingiram os 17,4% e em Espanha os 9,8%. Mesmo a Alemanha, o maior mercado da Europa Ocidental, com um bom desempenho em 2012, não foi poupada e as vendas caíram 10,5% no mês passado.

«O mercado europeu está muito complicado», admitiu o diretor de vendas do gigante alemão Volkswagen, Christian Klingler à AFP.

A norte-americana Ford vai fechar três fábricas na Europa e não vê boas expectativas nos próximos quatro a cinco anos.

«Os dois primeiros meses do ano na Europa têm sido muito dececionantes e já estamos a falar de um declínio nas vendas de cerca de 9%», comentou o presidente da Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, numa entrevista AFP.

«Tivemos um início de ano muito lento em janeiro e fevereiro parece estar ao mesmo nível", acrescentou o o presidente da Daimler (Mercedes e Smart), Dieter Zetsche, prevendo, no entanto, "uma melhoria no segundo semestre».

A PSA Peugeot Citroën, com previsão semelhante à da Renault, acredita que a concorrência deve permanecer difícil. «Não há nenhum fator que sugere que a guerra de preços vai diminuir», alertou o diretor de marcas Frédéric Saint-Geours.

Na tentativa de reverter a tendência geral, as marcas (Peugeot, Renault, Ford, Fiat, Opel, entre outras) estão a embarcar no crescente mercado dos «Sport Utility Vehicle» (SUV) pequenos e compactos, uma tendência iniciada há alguns anos pela Nissan, com o seu Qhasqai.

Outros, nomeadamente os alemães, continuam a beneficiar de estarem nos mercado de alta gama, que resistem melhor à crise. O presidente da BMW, Norbert Reithofer, tem demonstrado um «otimismo contido» e espera uma queda nas vendas na Europa limitada a 2%.
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