Mais duas empresas com salários em atraso - TVI

Mais duas empresas com salários em atraso

Dinheiro (foto Reuters)

Ex-trabalhadores de duas empresas de Trancoso exigem pagamento que está em falta

Mais de uma centena de ex-trabalhadores de duas empresas de Trancoso estiveram esta sexta-feira concentrados em frente das instalações, no parque industrial daquela cidade, exigindo da administração o pagamento de vencimentos em falta.

O ex-trabalhador José Luís Leão explicou à agência Lusa que a manifestação, que juntou 125 antigos operários e alguns familiares, «serviu para sensibilizar o patrão [comum às duas empresas] a pagar o que deve».

Explicou que a administração das firmas Chupas e Morrão (obras públicas, construção civil e gestão de resíduos) e Pedreiras de Ladeiras (extração de inertes) começou a ter dificuldades «em cumprir com os objetivos» e 125 dos 142 trabalhadores rescindiram os contratos, a 01 de outubro, permanecendo apenas 17 no ativo, escreve a Lusa.

Segundo José Luís Leão, «75 trabalhadores despediram-se por justa causa, por a empresa lhes dever os salários de julho, agosto e setembro» e os restantes 50 «por mútuo acordo», estando a reclamar «o pagamento de duas partes do total combinado» com a administração.

Esclareceu que na origem dos despedimentos por justa causa não estiveram só os salários em atraso, mas também «porque não havia materiais nas obras» para cumprimento dos compromissos assumidos com os clientes.

Perante este cenário, os antigos operários estiveram junto das instalações da empresa, durante a manhã de hoje, não tendo conseguido falar com a administração por se encontrar ausente.

«Nós apenas exigimos que o patrão pague o que nos deve e as indemnizações a que temos direito pelos anos de serviço», declarou.

Como a empresa não emitiu as declarações de situação de desemprego para acesso ao subsídio, os desempregados recorreram à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que «passou as cartas, mas o dinheiro ainda não começou a ser pago», disse.

José Luís Leão contou que muitos dos desempregados, que residem nos concelhos de Trancoso e Guarda, estão «com dificuldades em pagar a prestação da casa e em gerir as despesas, estando já a ser auxiliados por familiares».

Os ex-trabalhadores, com idades entre 20 e 60 anos, já entregaram no Tribunal Judicial de Trancoso dois pedidos de insolvência, «um por cada empresa, para assegurar o pagamento» dos valores em falta, acrescentou.
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