Mensalão: testemunha-chave volta a envolver Horta e Costa - TVI

Mensalão: testemunha-chave volta a envolver Horta e Costa

PT formaliza compra da operadora brasileira Oi

Ex-presidente da Portugal Telecom terá reunido com Lula no Palácio do Planalto, onde terá acertado transferência de 2,5 milhões de euros

Atualizado com reação de Horta e Costa

O escândalo do «mensalão» continua a dar que falar no Brasil. Esta terça-feira o jornal «Estado de São Paulo» faz manchete com novas acusações feitas pelo empresário Marcos Valério na Procuradoria-Geral da República a 24 de setembro, depois de ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Fala de ajudas a despesas pessoais de Lula e da Portugal Telecom.

Segundo o empresário, o ex-presidente Lula da Silva negociou com Miguel Horta e Costa, presidente-executivo da Portugal Telecom entre 2002 e 2006, o financiamento do Partido dos Trabalhadores. Segundo Valério, «Lula e o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, reuniram-se com Miguel Horta e Costa» no Palácio do Planalto, em Brasília, e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau transferiria 7 milhões de reais (cerca de 2,5 milhões de euros) para o Partido.

O dinheiro terá entrado pelas contas de publicitários que prestaram serviços para campanhas eleitoras.

«As negociações com a Portugal Telecom teriam sido desbloqueadas na viagem feita em 2005 a Portugal pelo próprio Valério, o seu ex-advogado Rogério Tolentino, e o ex-secretário do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Emerson Palmieri», escreve o jornal.

Segundo o presidente do PTB, Roberto Jefferson, José Dirceu (então ministro-chefe da Casa Civil de Lula da Silva) tinha incumbido Valério de ir a Portugal para negociar a doação de recursos da Portugal Telecom para o Partido Trabalhista e para o PTB. Essa missão e os depoimentos de Jefferson e Palmieri foram usados para comprovar o envolvimento de José Dirceu no mensalão.

Não é a primeira vez que Miguel Horta e Costa é referido no caso «mensalão». Já em Agosto, a revista «Veja» revelou um vídeo em que eram abordadas estas contrapartidas financeiras. Valério também já tinha falado do ex-presidente da PT, assim como de António Mexia e de Ricardo Salgado.

Miguel Horta e Costa já reagiu à notícia, afirmando que as novas denúncias são uma «questão de política interna brasileira» e sublinhando que já prestou, anteriormente, «todos os esclarecimentos» solicitados.

«Como já é do conhecimento público, em devido tempo, tive a oportunidade de prestar todos os esclarecimentos que me foram solicitados. Esta é uma questão de política interna brasileira à qual sou totalmente alheio», afirmou nota à Lusa.

No mesmo artigo, o «Estadão» escreve que o empresário Marcos Valério disse que o esquema do mensalão ajudou a pagar «despesas pessoais» de Lula da Silva e que o próprio presidente deu «ok» para os empréstimos bancários que viriam a financeiar os pagamentos de deputados aliados.
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