Microsoft quer criar dois mil postos de trabalho até ao fim do ano - TVI

Microsoft quer criar dois mil postos de trabalho até ao fim do ano

Pires de Lima destaca o compromisso que a empresa assumiu com Portugal

O ministro da Economia, Pires de Lima, classificou esta quarta-feira a Microsoft como «um bom exemplo» de uma empresa privada e internacional que «assumiu um compromisso com Portugal», no âmbito da assinatura do programa Ativar Portugal.

A Microsof Portugal assinou hoje um protocolo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no âmbito do programa Ativar Portugal, que conta com a multinacional e as suas parceiras e tem como objetivo formar e certificar 10 mil pessoas em tecnologia Microsoft até final de 2017.

«A Microsoft é um bom exemplo de uma empresa privada, internacional, que assumiu um compromisso com Portugal e que nós valorizamos de forma muito particular, muito em particular no ministério da Economia», afirmou Pires de Lima, na sua intervenção.

«Ao longo dos últimos anos são cerca de 300 milhões de euros que a Microsof» investiu no mercado português, apontou o governante, adiantando que na educação o montante investido foi de cerca de 100 milhões de euros, na modernização das empresas 150 milhões de euros e em ações de responsabilidade social o valor ascendeu a 15 milhões de euros.

«Creio que a Microsoft é um exemplo de investimento, mas também de modelo de negócio que puxa não só a Microsoft, mas também toda a cadeia de empresas, fornecedores, parceiros», disse António Pires de Lima, destacando que o valor dos negócios da tecnológica em termos de impacto económico «tem um efeito multiplicador de 10 em Portugal», o que representa cinco mil milhões de euros.

«Trabalham num registo de parceria com mais de 3.000 empresas, dão emprego direto a 300 pessoas», mas o impacto indireto «pode ascender a 45 mil pessoas», adiantou o ministro, que classificou esse impacto de «relevante» para a economia portuguesa.

De acordo com o diretor-geral da Microsoft Portugal, João Couto, o programa Ativar Portugal tem duas formas de aprendizagem: online ou presencial, não tem limite de idade e pode ser frequentado por qualquer pessoa independentemente de ter conhecimentos de tecnologia.

Para o gestor, este programa de formação e certificação é «uma oportunidade», uma vez que «há muita procura de emprego nesta área» em Portugal, onde «existe uma lacuna de profissionais qualificados».

Com o Ativar Portugal «o que queremos fazer é complementar a oferta das universidades com um grau de especialização maior», disse João Couto, explicando que o protocolo com o IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) traduz-se na colocação «dentro dos centros de formação da IT Academy [da Microsoft]» para que sejam formadas as pessoas que estão inscritas nos centros para que se possam «valorizar e certificar».

João Couto considerou que o ideal seria criar 10.000 novos empregos em Portugal em três anos e acrescentou que a empresa estima que, no primeiro ano do programa, sejam criados 2.000 empregos.

Entretanto, a Micrososft tem um centro europeu de suporte de tecnologia cloud em Lisboa que dá apoio a 14 países e conta com 125 pessoas, mas pretende reforçar com mais 25 colaboradores até final do ano.

Para Pires de Lima, este «é mais um dos exemplos de como Portugal, em áreas muito sensíveis, (...) não são os baixos salários que fazem a diferença (...), mas a qualificação», o que leva a que o país esteja «a conseguir atrair investimento».

João Couto explicou que Portugal concorreu com vários países europeus para a instalação deste centro, «em particular com os do Leste europeu», os quais «têm boas qualificações e mão de obra mais barata», mas que o país conseguiu diferenciar-se pelos seus «recursos mais bem preparados».

Por sua vez, o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, disse que serão alocados ao programa cerca de 100 mil euros.

«Cinquenta mil este ano e a partir dos próximos 100 mil», precisou o governante, que defendeu a necessidade de colocar «os serviços de emprego mais próximos da economia».
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