Newshold diz ter «disponibilidade e meios» para RTP - TVI

Newshold diz ter «disponibilidade e meios» para RTP

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Grupo que detém o jornal «SOL» espera que modelo proposto pelo Governo seja «um negócio interessante»

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O grupo económico Newshold, que detém por exemplo o jornal «SOL», disse esta quinta-feira em comunicado que tem «disponibilidade e meios» para avançar para uma eventual privatização da RTP, caso o modelo proposto pelo Governo se revele «um negócio interessante».

«Na hipótese de a solução a definir pelo Governo português para a privatização ou concessão da RTP se revelar um negócio interessante para as partes, a Newshold tem disponibilidade e meios para, isoladamente ou em parceria, apresentar uma candidatura séria com vista a assegurar e garantir a implementação de um projeto verdadeiramente sólido e independente para a RTP», diz comunicado, citado pela Lusa, que foi enviado esta quinta-feira pelo conselho de administração da Newshold.

O texto, longo e com diversos pontos, é crítico para com os «órgãos de comunicação social, jornalistas e comentadores» em Portugal que, diz a administração, caracterizam a Newshold «como uma empresa 'misteriosa' sobre a qual pouco ou nada se sabe».

O grupo esclarece aquilo que diz ser uma «falsidade», respeitante à propriedade da empresa.

«Convém esclarecer que todos os acionistas da Newshold, não obstante terem nacionalidade angolana, são também cidadãos de nacionalidade portuguesa, possuindo dupla nacionalidade», aponta a nota da administração da empresa.

A Newshold diz também que «nenhum dos jornalistas ou comentadores que têm atentado contra a honorabilidade» da empresa pode explicar em que medida é que «proveitos obtidos em Angola (que têm suportado a atividade da Newshold em Portugal) são diferentes dos proveitos obtidos igualmente» naquele país africano e que hoje «suportam e financiam a atividade em Portugal de tantas empresas».

«Em que é que o capital da Newshold com origem em Angola é diferente do capital com origem em Angola que hoje permite em Portugal a sobrevivência de muitas empresas de tantas áreas e que está a auxiliar a recapitalização da banca?», questiona o grupo.

O texto, assinado por Sílvio Alves Madaleno, presidente do conselho de administração, e Mário Ramires, CEO da entidade, diz que a Newshold «não ignora que, na origem da recente onda de notícias e opiniões difamatórias que têm sido publicadas, está a eventual privatização da RTP e a compreensível apreensão que a incerteza quanto ao destino da operadora pública de televisão em Portugal está a criar nos principais players do mercado».

O interesse na RTP, sustenta no final do texto a Newshold, não será alterado «por quaisquer afirmações de cariz xenófobo, nem tão pouco por processos de intenção ou teorias da conspiração que possam vir a ser formuladas com o objetivo de denegrir» a empresa «ou a sua estrutura acionista».
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