[Notícia actualizada às 20h26]
A Nissan vai cancelar a fábrica de baterias em Aveiro para os seus carros eléctricos, um dos últimos investimentos estrangeiros anunciados pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates.
A administração da aliança Renault-Nissan «decidiu suspender a fábrica de baterias eléctricas em Portugal porque, após análise detalhada do plano de negócios, chegou à conclusão que as quatro fábricas espalhadas por todo o mundo seriam suficientes para os objectivos», explicou à Lusa, o porta-voz da Nissan, António Pereira-Joaquim.
José Sócrates tinha lançado a 11 de Fevereiro a primeira pedra da fábrica de baterias para carros eléctricos da Nissan em Cacia, Aveiro, que representaria um investimento de 156 milhões de euros e a criação de 200 postos de trabalho.
A decisão de suspensão da fábrica portuguesa, que começaria a laborar no início do próximo ano, não está ligada, segundo o porta-voz da Nissan, ao projecto de Portugal sobre a mobilidade eléctrica, embora, na altura, «o avanço e a aposta do Governo nesta matéria tenha contribuído para a Nissan ter optado por Portugal».
Mas a decisão por Portugal, na altura, ficou a dever-se, segundo o responsável da Nissan, à «localização geográfica», já que Portugal estaria em condições de «ajudar» as outras quatro fábricas.
António Pereira-Joaquim disse à Lusa que a aliança Renault-Nissan «esteve a fazer uma análise dos negócios e chegou à conclusão que, para atingir a meta de 1,5 milhões de carros eléctricos em 2016, seriam suficientes quatro fábricas», o que deixou de fora o projecto português.
Segundo o porta-voz da Nissan, o grupo «privilegiou as fábricas de baterias que estivessem junto de unidades de produção de automóveis eléctricos», como as do Reino Unido (Sunderland), Japão (Vama), Estados Unidos (Smyrna) e França (Slinns).
A fábrica portuguesa iria produzir 50 mil baterias de iões de lítio por ano, numa área de 20 mil metros quadrados, daria emprego a 200 pessoas, e forneceria o «motor» para os carros eléctricos da aliança Renault-Nissan com uma autonomia de 160 quilómetros.
Na cerimónia, o então primeiro-ministro, José Sócrates, que subiu aos comandos de uma retroescavadora para dar início à obra, considerou que era um momento «muito especial para Portugal», realçando que o País precisava de «mais fábricas, mais produção e mais emprego, na fronteira tecnológica».
Nissan cancela investimento de 156 milhões em Aveiro
- Redação
- RL
- 12 dez 2011, 19:07
Foi um dos investimentos anunciados por Sócrates, iria criar 200 postos de trabalho, mas marca já não vai produzir baterias eléctricas em Portugal
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