OPA à Cimpor: «Gaspar não viu operação com os olhos todos» - TVI

OPA à Cimpor: «Gaspar não viu operação com os olhos todos»

Basílio Horta (Lusa)

Basílio Horta diz que oferta da Camargo «lesa» interesse público e, por isso, é «mau negócio»

Relacionados
«É um mau negócio». É assim que Basílio Horta classifica a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da brasileira Camargo Corrêa sobre a Cimpor. O deputado do PS está «convencido» de que o ministro das Finanças «não viu esta operação com os olhos todos» porque «se visse não a teria consentido». Isto porque o negócio «lesa» o interesse público e o do Tesouro.

«Claro que é [um mau negócio para o país]. Estou convencido que a secretária de Estado [do Tesouro], no seu fundo, também acha que é, porque é uma pessoa tecnicamente competente, e o ministro também não pode deixar de achar um mau negócio», garante aos jornalistas, depois da audição da secretária de Estado do Tesouro na comissão parlamentar de Economia, escreve a Lusa.

Maria Luís Albuquerque foi esta quinta-feira ao Parlamento, no âmbito de um requerimento apresentado pelo PS, para prestar esclarecimentos sobre a OPA anunciada, a 30 de março, pela brasileira InterCement, detida pela Camargo Corrêa, sobre a Cimpor.

No decorrer da audição, a secretária de Estado chegou a dizer que a oferta salvaguarda os interesses nacionais e tem vantagens para a economia portuguesa.

«Há 2 anos comprou por 6,50€», agora oferece 5,50€?

A brasileira Camargo Corrêa oferece um preço de 5,50 euros por ação, um valor que o socialista considera baixo. «O preço é baixo. Ainda há dois anos, a própria Camargo comprou por 6,50 euros», argumentou Basílio Horta, referindo que no anúncio preliminar da OPA a InterCement não dá garantias de não «desmembrar» a Cimpor.

O deputado do PS assegura ainda que «se [a operação] for feita nestes termos», o PS levará «até às últimas consequências a responsabilização política desta operação».

Basílio Horta admitiu mesmo pedir responsabilidades à Caixa Geral de Depósitos (CGD) - banco público que detém 9,6 por cento do capital da Cimpor - e ao Governo.

«Responsabilização da CGD, se for a Caixa, é evidente que faz um mau negócio e temos de tirar daí as necessárias conclusões. E o Governo, se deu instruções e se aceitou isto, também. Isto lesa o interesse público, lesa o Tesouro nacional».
Continue a ler esta notícia

Relacionados