Ouro no Alentejo: teores por tonelada são «bons» - TVI

Ouro no Alentejo: teores por tonelada são «bons»

Mina de ouro em Portugal

Teor médio de ouro é de 1,57 gramas por tonelada

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Os teores médios de concentração de ouro por tonelada na zona alentejana da Boa-Fé (Évora), divulgados esta terça-feira pela Colt Resources, são «bons», devido à elevada cotação daquele metal, garantiu um geólogo da Universidade de Évora.

«Para a atual conjuntura, são [teores] bons, sem dúvida», afiançou à Agência Lusa Luís Lopes, professor da academia alentejana, onde dirige o curso de Engenharia Geológica.

A empresa canadiana Colt Resources, que efetua prospeções de ouro no Alentejo, divulgou em comunicado a estimativa inicial dos recursos em dois depósitos (Chaminé e Casas Novas) na concessão da Boa-Fé, no concelho de Évora.

A estimativa é de uma empresa independente, a SRK Consulting, que indica que, para uma massa de 4,23 milhões de toneladas de recursos minerais naqueles dois depósitos, o teor médio de ouro é de 1,57 gramas por tonelada.

A Colt Resources refere que os dados desta empresa independente apontam que, adicionalmente, em «209 mil toneladas», a concentração de ouro estimada pode mesmo atingir uma média de 2,36 gramas por tonelada.

Segundo o geólogo Luís Lopes, estes dados «confirmam» o que a empresa canadiana apresentou «há um mês», quando divulgou que as perfurações na zona da Boa-Fé estavam a evidenciar níveis «impressionantes» de teor daquele metal precioso, «perto da superfície».

«Já tinham indicação de que estes valores iam sair. Agora foram divulgados e validados por um laboratório independente».

Para o professor da Universidade de Évora, atendendo aos atuais preços do ouro, estas concentrações médias estimadas dão viabilidade a uma futura exploração industrial.

No futuro, «acredito que avencem com a exploração industrial», porque «o preço do ouro está muito elevado», o que torna vantajosos os custos de produção. «Como conseguem vender muito alto, nesta altura, quer dizer que gastam menos a explorar, ou seja, é um balanço económico que ainda dá lucro, no fim dos gastos que têm».

O geólogo insistiu que, se a empresa decidir avançar com a extração de ouro «nas condições em que disse» que esta poderia vir a concretizar-se, isto é, «a céu aberto», o projeto industrial tem «pernas para andar».

«Penso que ainda estejam a pensar que a exploração, numa primeira fase, seja a céu aberto, o que tem custos menores do que abrir galerias ou segurá-las. Se começarem a extrair a céu aberto e começarem a ganhar, já justifica».

O preço do ouro ultrapassou a barreira dos 1.600 dólares a onça, estando a subir pela quarta sessão consecutiva.
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