Passos nega interferência do Governo nas escolhas da EDP - TVI

Passos nega interferência do Governo nas escolhas da EDP

Primeiro-ministro garante que «ninguém, mas ninguém, se poderia apresentar alegando o patrocínio do Governo para qualquer lugar»

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O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, negou esta quinta-feira qualquer interferência directa ou indirecta do Governo nas recentes escolhas para os órgãos da EDP.

«Gostava de esclarecer, porque o não pude fazer pessoalmente ainda, que o Governo não interferiu, nem directa nem indirectamente, nas escolhas que os accionistas privados da EDP fizeram para o futuro Conselho Geral e de Supervisão ou para o Conselho de Administração», disse Passos Coelho, durante a conferência «Made in Portugal», promovida pelo «Diário de Notícias», em Lisboa.

O primeiro-ministro acrescentou que fez saber ao novo accionista da EDP, a chinesa Three Gorges, que «ninguém, mas ninguém, se poderia apresentar alegando o patrocínio do Governo para qualquer lugar».

Passos explicou ainda que o Governo, que detém 4% do capital da EDP, só não vendeu a totalidade das acções, «porque não dispunha livremente daquelas acções». E garantiu: «Não há nenhuma intenção do Governo português de permanecer como accionista da EDP».

O antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva, Eduardo Catroga, foi proposto para presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP.

Celeste Cardona, Paulo Teixeira Pinto e Ilídio de Pinho também fazem parte da lista das 23 pessoas propostas para integrarem esse órgão.

Passos Coelho falou na mesma conferência onde o presidente do BES, Ricardo Salgado, mostrou o apoio total a Eduardo Catroga.

No mesmo encontro, o presidente executivo da EDP, António Mexia, que descreveu o grupo chinês Three Gorges, o mais recente accionista da EDP, como o músculo financeiro que a empresa precisa para a internacionalização.

O ex-governador de Macau, Rocha Vieira, explicou também hoje que foi escolhido para a EDP pelas suas ligações à China.

Nomeações para altos cargos públicos só por concurso

Já sobre as nomeações para «lugares superiores do Estado», o primeiro-ministro disse que «o novo processo de selecção recrutamento e nomeação» serão «preenchidos após a realização de concursos públicos que serão conduzidos por uma entidade independente do Governo».

«Os senhores ministros e secretários de Estado poderão apenas nomear um de entre da lista seleccionada por uma entidade independente, significando que qualquer pessoa se pode candidatar àqueles lugares», explicou Passos Coelho.

Águas de Portugal: eram precisos dois autarcas

Já sobre as nomeações das Águas de Portugal (AdP), o primeiro-ministro explicou que existem «mais de 400 milhões de euros de dívida que os municípios têm à AdP, divida que muitas vezes nao teve em conta as necessidades dos municípios». Um problema que «tem de ser resolvido».

«Por esta razão em especial, a AdP devia ter dois autarcas na nova administração que ajudassem a resolver este problema», acrescentou Passos Coelho, não querendo comentar os nomes escolhidos, considerando apenas que são pessoas «prestigiadas» e «com currículo».

Manuel Frexes, actual presidente dos autarcas sociais-democratas, e Álvaro Castello-Branco, vice-presidente da câmara do Porto, foram escolhidos para a administração da holding Águas de Portugal.

Frexes emitiu, entretanto, um comunicado a esclarecer que o seu futuro vencimento na AdP está limitado a 5.300 euros/mês.
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