Perdão: Grécia atingiu 75%, operação está garantida - TVI

Perdão: Grécia atingiu 75%, operação está garantida

A luta continua

Fontes do Governo grego dão como certo o sucesso da operação. Mas dados oficiais só serão conhecidos amanhã, às 6 da manhã

Foi atingida a adesão mínima necessária de 75% para se poder aplicar o programa de troca de obrigações soberanas gregas, avança a Lusa, que cita um funcionário governamental grego.

O funcionário governamental, que pediu o anonimato por estar ainda a decorrer o prazo para os credores privados aceitarem a troca, disse que Atenas já tinha assegurado uma participação superior a três quartos, no final de quarta-feira.

Fica assim garantida a aplicação da operação, aplicando-se as mesmas condições a todos os credores, já que a ativação das cláusulas de ação coletiva só pode ser feita caso esta percentagem seja atingida.

Faltam poucas horas para o fecho do programa (hoje, às 20 horas de Lisboa), ou seja, os bancos têm poucas horas para comunicar oficialmente a sua participação.

De acordo com os dados oficiais do Instituto de Finanças Internacional (IIF na sigla do inglês), que representou os credores privados nas negociações com Atenas, 32 instituições confirmaram que vão participar no programa de troca de obrigações. Estas representam cerca de 40% da dívida nas mãos dos privados e qualquer coisa como 90 mil milhões de euros.

Maiores bancos portugueses aderem

Mas muitos dos bancos que anunciaram a sua participação ainda não a confirmaram oficialmente. Por exemplo, em Portugal, o BPI e o BCP anunciaram já a sua participação e a CGD também deverá participar. O BES não detém dívida grega.

Da lista oficial do IIF não consta nenhum banco português: as instituições que já confirmaram a sua adesão ao programa são: Ageas, Allianz, Alpha Bank, Axa, Banque Postale, Bank of Cyprus, BBVA, BNP Paribas, BPCE, CNP Assurances, Commerzbank, Crédit Agricole, Crédit Foncier, Deka Bank, Deutsche Bank, Dexia, Emporiki Bank of Greece, Eurobank EFG, Generali, Greylock Capital Management, Groupama, HSBC, ING, Intesa San Paolo, KBC, Landesbank Baden-WuttenbergMarfin Popular Bank, Metlife, National Bank of Greece, Piraeus Bank, Royal Bank of Scotland, Société Générale e Unicredit.

Grécia ambiciona adesão de 90%

O acordo alcançado prevê o perdão de 53,5% da dívida nas mãos dos privados, em termos nominais, o que corresponde a perdas de 70% em termos reais. Os credores privados detêm cerca de 200 mil milhões de euros de dívida pública e o perdão deverá ultrapassar os 100 mil milhões.

A Grécia tem-se manifestado otimista em atingir os 90% de adesão que traçou como meta. Se a adesão ficasse abaixo dos 75%, o plano seria cancelado. Mas se ficar entre os 75 e os 90%, Atenas pretende renegociar com o IIF uma forma de preencher o gap. O problema é que o instituto já disse que os 53,5% acordados para o perdão é o valor definitivo e não há espaço a negociações.

Fundos de pensões gregos recusam

Seis dos 15 fundos de pensões controlados pelo Estado grego recusam aderir ao programa, avança o «FInancial Times».

Os fundos em causa detêm cerca de 3,3 mil milhões de euros em dívida helénica.

A recusa destes fundos está a irritar o ministro das Finanças grego, que manifestou o seu desagrado ao mesmo jornal: «Quando fundos de pensões de outros países que investiram em dívida grega estão a sofrer um hair cut, como podem os nossos próprios fundos recusar aderir?», questiona Evangelos Venizelos.

Os resultados oficiais da operação serão divulgados pela Grécia amanhã, sexta-feira, às 06:00 horas (hora de Lisboa).
Continue a ler esta notícia