PME Invest VI: bancos só emprestam metade do que as empresas pedem - TVI

PME Invest VI: bancos só emprestam metade do que as empresas pedem

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Empresários recorrem a linhas de crédito bonificadas quando banca fecha torneira de empréstimos. Até 24 de Setembro foram garantidos 925 milhões

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Numa altura em que o crédito começa a ser uma benesse cada vez mais rara, reservada apenas a algumas empresas, a procura pelas linhas de crédito aprovadas pelo Governo com taxas de juro «bonificadas» é grande. A linha PME Invest VI já garantiu a chegada de 925 milhões de euros às mãos dos empresários, pouco mais de metade do que as empresas pediram (1.779 milhões).



Dados a que a Agência Financeira teve acesso mostram que a linha já garantiu 16.111 operações de financiamento. Mesmo assim, o montante financiado ficou abaixo do valor de dotação da linha (1.250 milhões de euros).



Do valor total, quase 621,2 milhões foram concedidos na linha específica geral (metade do pedido pelas empresas) e, deste mais de 159 milhões dizem respeito à dotação específica para empresas exportadoras, cujo total era de 450 milhões de euros.



Já na linha específica para micro e pequenas empresas (MPE), cuja dotação era também de 450 milhões de euros, os bancos emprestaram apenas 144,4 milhões de euros, sensivelmente metade do pedido pelas empresas.



Os bancos que mais dão crédito às empresas



Na linha específica geral o Santander Totta foi o que concedeu mais crédito, seguido da CGD, BPI, BCP, BES e Barclays. Mas, se olharmos apenas para a dotação específica a empresas exportadoras, é o BPI que assume a liderança, seguido da CGD, BES, BCP, Santander Totta e Barclays.



A ordem altera-se no financiamento às MPE (Micro e Pequenas Empresas), onde a CGD assume a liderança e o Barclays aparece na segunda posição, seguido do BES, BPI, Santander Totta e BCP.



Empresas sem crédito



Há muito que banqueiros e economistas avisam que acabou a era do crédito fácil. Os bancos assumem que estão a apertar os critérios na hora de emprestar, até porque eles próprios sentem a «torneira a fechar» quando pedem dinheiro no mercado interbancário.



Sem conseguir financiamento junto dos pares europeus, a banca nacional tem recorrido ao Banco Central Europeu (BCE) para se financiar a taxas de juro aceitáveis. Mas os leilões de financiamento do banco central terão de ter um fim, mais dia menos dia, e os banqueiros sabem que, quando isso acontecer, a concessão de crédito às empresas e às famílias vai sofrer um aperto considerável.



Os primeiros sinais estão já à vista. O último Boletim Estatístico do Banco de Portugal (BdP) mostra que o financiamento às famílias travou em todos os segmentos menos na habitação, onde a subida foi muito ligeira e, no que toca às empresas, as coisas evoluem ainda pior.



Em Julho foram emprestados 117.801 milhões de euros às empresas, uma queda superior a 500 milhões de euros face ao mês anterior. É aqui que a torneira se fecha primeiro.



As repetidas queixas de empresários, que não conseguiam financiamento para manterem a actividade, pagarem dívidas e investir, levou o Governo a reforçar as linhas bonificadas. A procura é sempre elevada e rápida. O PME Invest V, por exemplo, teve de ser fechado duas semanas depois de abrir. O montante de financiamento tinha sido esgotado.



O Banco Espírito Santo (BES) e o Banco Português de Investimento (BPI) candidataram-se a novas linhas de crédito junto do Banco Europeu de Investimento (BEI), no montante de 200 milhões de euros para cada instituição, precisamente para financiamento de PME.

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