Portugal mais perto da recessão? - TVI

Portugal mais perto da recessão?

Teixeira dos Santos

Novos testes de stress sujeitam banca nacional a contracção profunda

Será que num cenário de recessão de 3% este ano e de 2,6% em 2012, a banca portuguesa conseguiria sobreviver? É o que os próximos testes de stress vão avaliar.

As instituições financeiras nacionais contam nesta prova com uma uma conjuntura ainda mais problemática em termos de desemprego: o cenário é de uma taxa que vai até aos 12,8% no ano que vem, com Portugal a entrar numa deflação, segundo os pormenores dos testes de stress à divulgados pela Autoridade Bancária Europeia e que o jornal «Público» noticia este sábado.

As directrizes que são impostas à banca nacional, nestas novas provas mais duras do que aquelas que foram realizadas no ano passado, não surpreendem os banqueiros. Ainda ontem, o presidente do BCP disse que «temos de estar preparados».

O quadro negro que é traçado nestas provas visa que os bancos mostrem que são capazes de sobreviver a um grande mergulho na recessão. Um mergulho ainda maior daquele que é antecipado para Portugal este ano, com as estimativas a apontarem para uma contracção à volta de 1%. E, caso os bancos não passem no teste, terão de reforçar capitais.

Dívida do Estado penaliza banca

Mas ainda há mais para avaliar: será que Portugal consegue ficar de cabeça erguida com as taxas de juro da dívida pública a 10 anos a chegarem aos 9,4% este ano e aos 9,6% em 2012? É o que estes testes de stress vão querer saber. A banca é o sector crucial e esta avaliação contempla ainda cenários que podem mostrar as fragilidades das entidades financeiras: a redução do valor das casas em 2,9% este ano e 8,4% em 2012.

Depois, há ainda que ter em conta a avaliação do peso da dívida pública no sector financeiro. Os testes de stress vão tirar ilações sobre os riscos que um banco corre ao deter títulos de dívida soberana. A avaliação determina que, por exemplo, se tenha de assumir uma perda no valor das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos detidas de 19,8%, o valor mais alto entre todos os países da União Europeia. Quem tiver OT nacionais pode estar em maus lençóis. Os juros não param de subir.

Entretanto, o Governo apresentou um novo pacote de austeridade para garantir o cumprimento das metas do défice. O PEC 4 é considerado pelo PSD, que viabilizou com o Governo o Orçamento do Estado para este ano, «imoral, injusto e provocatório».
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