Potencial eólico português está praticamente esgotado - TVI

Potencial eólico português está praticamente esgotado

Teresa Ponce de Leão

Presidente do LNEG, em entrevista, fala dos projectos de energia em desenvolvimento

O potencial eólico do território português de 6 mil Mega Watts (MW) está praticamente esgotado. Quem o diz é a presidente do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), em entrevista à Agência Financeira.

«O potencial eólico está todo identificado. Vamos atingir a meta de 5.750 MW este ano, ou seja, do que foi anunciado pelo Governo, só restam 250 MW. Temos o país praticamente todo aproveitado. Tanto que a tarifa da eólica já está aos níveis da tarifa normal (combustíveis fósseis)», afirmou Teresa Ponce de Leão.

Vamos ter rede eléctrica em parceria com Espanha

O instituto, que funciona como «braço técnico» do Ministério da Economia, tem entre as suas funções precisamente «fazer» o atlas eólico nacional e medir o seu potencial. O resultado: cerca de 6 mil MW. Foi esse atlas que serviu de base para os concursos públicos que estiveram em marcha e que foram atribuídos a consórcios pelo Governo português. Hoje, tudo o que foi lançado está «em fase de implementação».

LNEG tem projecto de biocombustíveis com Câmara de Oeiras

Mas as funções deste laboratório, que sucedeu ao INETTI, não ficam pela investigação no «vento». Cabem também ao LNEG os estudos sobre a energia solar, seja ela térmica, concentrada ou fotovoltaica. Aqui, ainda há muito potencial a explorar, apesar de não ser facilmente mensurável a capacidade total.

Já na área dos biocombustíveis, Teresa Ponce de Leão diz que Portugal está numa «fase preliminar de investigação», mas nem por isso atrasado a nível internacional. «Temos que pesar perdas e ganhos. Esta é uma tecnologia que envolve várias técnicas e é preciso ser muito rigoroso», comentou à AF.

Produção de biocombustíveis da Galp pode atrasar-se

É a produção de combustíveis a partir de óleos usados que está mais dominada. «Temos o conhecimento e um projecto com a Câmara Municipal de Oeiras», revelou a responsável.

Outro projecto nesta área, já conhecido, é com a Galp, no qual se pretende utilizar microalgas e que Teresa Ponce de Leão assume que se possa atrasar. «Ainda está em fase de investigação, mas tem tido desenvolvimentos», referiu a responsável sobre um projecto que «era suposto estar pronto em 2010». «A tecnologia é muito recente e estas coisas acontecem», acrescentou.

São precisos 100 milhões para cada projecto de geotermia

Lembre-se que este projecto da Galp, em parceria com a AlgaFuel e o LNEG, foi anunciado há cerca de um ano e envolve um investimento até 2 milhões de euros. Na altura, o presidente da petrolífera estimava um protótipo já para 2009 (fase a concretizar-se), mas não assumiu compromissos para a total implementação.

O LNEG desenvolve ainda investigações para a criação de uma rede de abastecimento de carros eléctricos, bem como participa na certificação energética, geotermia e energia das ondas.
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