PS: nomeação de Catroga na EDP é «promíscua» - TVI

PS: nomeação de Catroga na EDP é «promíscua»

«Está em causa pôr fim ao clientelismo partidário e a promiscuidade entre a política e os negócios», defende João Ribeiro

Para o PS, a nomeação de Eduardo Catroga para presidente do Conselho de Supervisão da EDP representa um conflito ético, já que esteve envolvido nas negociações com a troika, que resultaram na privatização da empresa.

A posição foi assumida pelo porta-voz dos socialistas, João Ribeiro, no final de uma reunião do Secretariado Nacional do PS.

Segundo este dirigente do PS, na questão relativa às nomeações para o Conselho de Supervisão da EDP, «está em causa pôr fim ao clientelismo partidário e a promiscuidade entre a política e os negócios», cita a Lusa.

«O PS prometeu que iria monitorizar os processos de privatização e, no fundo, com esta posição [crítica face às nomeações] está a ser consequente com essa promessa. O que está em cima da mesa são factos que falam por si: nenhum português percebeu a coincidência de todos os nomes indicados para o Conselho de Supervisão da [EDP] são nomes que de alguma forma estão ligados aos partidos do Governo», apontou João Ribeiro.

Eduardo Catroga, Celeste Cardona, Paulo Teixeira Pinto, Rocha Vieira, Braga de Macedo e Ilídio Pinho são alguns dos nomes propostos à assembleia-geral de accionistas para integrar o Conselho Geral de Supervisão da EDP, segundo um comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.

João Ribeiro referiu depois que o PS não faz desta controvérsia «uma questão de nomes, mas sim de comportamentos e de atitudes».

«Por exemplo, o actual presidente do Conselho de Supervisão da EDP, Eduardo Catroga, foi de alguma forma o negociador pelo PSD do memorando da troika, do qual constava a privatização da EDP. Portanto, há aqui claramente um conflito», observou o porta-voz do PS.

Interrogado se o PS entende que o ex-ministro social-democrata Eduardo Catroga tem um conflito de interesses face à sua nomeação para o Conselho de Supervisão da EDP, o dirigente socialista deu a seguinte resposta: «O exemplo [de Eduardo Catroga] parece configurar um conflito, em primeira linha ético».

João Ribeiro observou ainda que PSD e CDS-PP têm estado em silêncio sobre estas nomeações para o Conselho de Supervisão da EDP.

«Com este tipo de episódios, fica comprometida a promessa do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de que iria combater o clientelismo partidário».
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